30 de abril de 2007

 

Continuar com a mentira????


Imagem fornecida pela DGEMN, retratando Idanha-a-Velha, numa época em que as escavações na periferia da Sé ainda não tinham começado, como se pode comprovar. Podemos também observar um quadro típico de mulheres a irem e a virem das hortas.
O arco já tinha sido inventado.
Escavações posteriores vieram retirar toda a credibilidade a este monumento.
O que fazer? Deixar estar continuando um engano a pervelecer, ou arrear, retomando a verdade histórica?
Uma mentira dita tanta, tanta vez, acaba por virar verdade. Será este um caso?

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27 de abril de 2007

 

Epigrafia portuguesa da India

Inscrição portuguesa da igreja de Santa Maria do Castelo (Castelo Branco)
Ilustro este post com uma peça de Castelo Branco, pois não encontrei nenhuma da India
(Quando não se tem cão, caça-se com gato)


Ontem vi com muito gosto e atentamente um programa sobre Camões no Canal de História da TVCABO, embora a horas, melhor dizendo, fora de horas, entre as 5 e as 6 da manhã. Inserido no programa admirei inumeras inscrições portuguesas por inúmeros locais da União Indiana. Goa, Bombaim, Baçaim, etc. Quase todas elas em edifícios de ruína avançada, outras à mercê dos elementos. Ante tal espectáculo, gostaria que alguém me esclarecesse, se existe algum inventário da epigrafia portuguesa existente pelas quatro partidas do mundo; se existem estudos sobre a mesma (conheço alguns inventários singelos no Archeologo Portuguêz dos principios do século XX e a monumental obra sobre as inscrições do Forte de Baçaim, aliás já profundamente desactualizada) mais ou menos recentes.
Fica um alerta ao Ministério da Cultura e a certos Institutos e Fundações, no sentido de também acautelarem este património, que embora esteja noutras nações e lhes pertença, também é nosso, e como tal não deve ser esquecido nem ignorado, como parece ter sido o caso até aos dias de hoje. Estivesse eu em outras condições que arriscaria um projecto gigante para o estudo da epigrafia portuguesa por esse Mundo. Mas em Portugal é pura divagação, é melhor acordar, Bom Dia.

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26 de abril de 2007

 

A matriz idanhense


Foto dos anos cinquenta, da igreja matriz de Idanha-a-Nova, servida pelo site da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
Um exame atento da fachada, logo encontra diferenças. Uma jóia esta foto.

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Senhora do Almortão

(Foto do site da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova)

Como vem sendo costume, também este ano fui à romaria da Senhora do Almortão na segunda-feira. Antes da minha chegada houve grande algazarra entre feirantes e inspectores da ASAE, creio, que resultou na detenção de sete pessoas e na apreenção de milhares de CDs, DVDs e outro material ilegal. Acho muito bem.

Quanto á romaria em si, assisti à Missa e à Procissão, dei uma volta com a família e embora, que não se podia estar lá com o calor, há poucas sombras, e muita bagunça feita pelos feirantes.
Entrei na capela, onde queria ver o resultado das obras que ultimamente lá andaram fazendo. Fiquei agradado com as mesmas, pena que tenham deixado de fora a capela-mor, mas se calhar fizeram bem. O restauro da capela-mor tem de ser feito por gente altamente especializada, pois os azulejos estão a ameçar ruir, e não é um curioso qualquer que mete mãos neles. Esperemos que quando chegar a altura haja bom senso. Estão pois de parabéns as entidades que promoveram estas obras, penso que terão sido a Confraria da Senhora do Almurtão e a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova.

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Vestígios e brincadeiras na arqueologia egitaniense



Há algumas semanas, num passeio com a minha filha, pelos arredores de Idanha-a-Velha, fui a um local denominado moinho da Gaga para ver "in loco" e confirmar uma informação que me tinham dado sobre a existência de uma "caveira" esculpida na rocha. Não foi dificil descobrir o motivo que me levou a esse sítio. Num rochedo solto(?) quase ao nível do chão está efectivamente esculpida esquematicamente uma cara. Porém, creio que esta composição se trata de uma brincadeira, feita por alguém com tempo e imaginação. Os buracos dos olhos parecem-me ser bastante mais antigos e melhor efectuados. Foi pois a partir desses buracos que o nosso curioso (não sei de que época, mas não muito antiga), se entreteve a fazer o nariz e a boca, aliás o corte na pedra é totalmente diferente.
A poucos metros para oeste está igualmente escavada na rocha uma pequena lagareta já por mim conhecida há muitos anos e dada a conhecer na Carta arqueológica da freguesia de Idanha-a-Velha. Possivelmente os dois furos (que servem de olhos) poderam estar relacionados com o pequeno lagar.

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20 de abril de 2007

 

Romaria da Senhora do Almortão

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Neste fim de semana , assim como na segunda-feira (é feriado municipal em Idanha-a-Nova), realiza-se a grande romaria a Nossa Senhora do Almortão. O tempo apresenta-se de trovoadas, mas não é novidade para a Santa, nem para os romeiros. Vem gente de todos os cantos do país e nos últimos anos até de Espanha tem vindo muitos romeiros. Só temos pena que com o passar dos tempos a romaria se tivesse transformado numa feira de enormes proporções. Mas como diz o Padre Adelino a Senhora é de todos e a todos abraça como filhos. Sempre me emociono na despedida, eu não quero, mas há sempre uma lágrima rebelde que teima em sair, deitando por terra os meus esforços para não ser piegas. Quase coincidindo realiza-se em Castelo Branco a romaria da outra Santa, Nossa Senhora de Mércoles, que embora seja a romaria da minha terra não ponho lá os pés desde 1978. Talvez este ano vá à romaria albicastrense, também.

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19 de abril de 2007

 

A última obra do ex-IPPAR em Idanha-a-Velha

Há algum tempo atrás, tinha feito neste espaço a denúncia de obras mal realizadas e inacabadas, lançadas pelo IPPAR e pela autarquia idanhense. Passado que é algum tempo, considerável, e como o caso tenha caído em saco roto, venho uma vez mais, desta vez com fotos ilustrar o que na altura deixou alguns leitores cépticos. Como se pode comprovar pelas fotos as oliveiras secaram e estão a meter nojo. O tanque está mal feito e desde o primeiro minuto que perde água, o que pode ser comprovado também pela foto. A iluminação não funciona há largos meses, nem a que provem do solo, que ainda funcionou bastante tempo, nem a dos candeeiros novos, que nem foram pintados nem ligados á rede, portanto nunca funcionaram. O sistema de água do tanque também há largos meses está inactivo. O bebedouro é uma armadilha para molhar pessoas, tal a pressão que tem.
Penso que tenho razão ao denunciar tudo isto, aliás está tudo fundamentado, ninguém pode virar as costas dizendo que se trata de política. Já agora o que se passa com o acumular de restos de obras, clandestinas, junto da ponte, dita romana? E o lixo ao cimo da Rua de Guimarães lá posto há meses na via pública?
Nem IPPAR, nem Câmara nem Junta dizem nada?

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18 de abril de 2007

 

Palavras para quê?

Tapada das Poldras (Idanha-a-Velha). Acompanhamento de obra


O Sr. arquitecto José Afonso, diligente director do extinto IPPAR, dá hoje uma entrevista ao Diário XXI a propósito do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Vale a pena passar os olhos sobre estas páginas pois ficamos inteirados de vez sobre qual é o posicionamento doutrinário do Sr. arquitecto no respeitante a conceitos e filosofias do património. Li três vezes a peça. Confirmei os nomes e as datas: Estamos mesmo no dia 18 de Abril de 2007, Hemisfério norte, Europa, Portugal e a entrevista é ao Sr. arquitecto José Afonso. As respostas. Bom. Aceitam-se. Afinal o ex-ippar está em gestão corrente, logo desculpam-se estas coisas. E ficámos sempre a saber do futuro do arquitecto que se assume como pai da preservação do património da BI e promete continuar a lutar pela causa. Não duvidamos.

- Caso seja convidado, está disponível para continuar o trabalho à frente da futura delegação?
– Estou na direcção regional do IPPAR de Castelo Branco desde a fundação e é quase uma «filha» para mim. Ao longo da minha vida profissional na função pública sempre me dediquei com enorme paixão. Continuarei a bater-me pela causa do património, não obstante o cargo que ocupe.
-Está a fugir à questão?

– Limito-me a dizer o que, de momento, me parece mais indicado.


Depois o outro é que era dado a tabus. Para a próxima vez que estiver com ele, juro que lhe vou perguntar duas coisas: O porquê da sua visão economicista do património que é muito discutível e exagerada. Carros são carros. E o património não são só pedras. E como é que a A 23 é o eixo patrimonialista do território? Entre as cidades e o resto do território há mais rotas para além dessa ou não?

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A galeria da Casa do Arco do Bispo em Castelo Branco foi crismada

(Foto do site da Junta de Freguesia de Castelo Branco)

Há coisas que por todo o ridículo e caricato que as envolve, não merecem que se lhes dê importância. Tal é o caso da atribuição do nome Clemente Mouro a uma área do monumento conhecido como Casa do Arco do Bispo, situado na antiga Praça Velha, coração da antiga zona medieval da cidade de Castelo Branco. Contudo, como estamos perante uma grosseira manipulação e apropriação por parte do poder politico do nosso património colectivo resolvemos manifestar o nosso completo desagrado por essa atitude. Atitude duvidosa, de evidente mau gosto e, acima de tudo, culturalmente pouco ou nada sã.

Primeiro: O que é a casa do Arco do Bispo? É uma notável construção edificada em meados do século XIII. Possui uma história muito interessante devido à fixação neste monumento do nome Bispo que nos remete para uma primitiva construção episcopal que aí terá existido antes da construção do palácio episcopal

A estrutura foi sendo, ao longo dos tempos, acrescentada e modificada ao sabor dos gostos das épocas. De primitivo, ainda restam alguns elementos góticos. Este elemento patrimonial da cidade foi sofrendo todas as incúrias que se abateram sobre o bairro do Castelo desde o século XIX até hoje. Apesar do Arco do Bispo aparecer na postalização turística da cidade, o edifício envelhecia. Na década de 90, por empenho da Câmara Municipal e sob a orientação dos seus arquitectos, a casa entrou em obras. Aí seria sedeada a Junta de Freguesia ideia que foi, mais tarde abandonada. Este órgão autárquico, a partir de 7 de Janeiro de 1994, começou a ser presidida pelo Sr. Clemente Mouro, antigo inspector da CP, que acompanharia com interesse o renascimento da casa. Diga-se, em abono da verdade, que as obras não foram muito felizes nos domínios patrimoniais. Bem pelo contrário. Mas, enfim, pelo menos não caiu que era o seu destino mais certo. Na fachada do edifício lá está a inscrição comemorativa deste interesse pelo monumento: "CASA DO ARCO DO BISPO / EDIFÍCIO MEADOS DO SÉCULO XIII / RECUPERADO EM 1994 / 1996 / PATRIMÓNIO DA / JUNTA DE FREGUESIA DE / CASTELO BRANCO".

Deviam ter sim epigrafado PATRIMÓNIO DA CIDADE. Mas não imperou o colectivo. Afinal a Junta era do PS e a Câmara do PSD… Tal como hoje, a refuncionalização deste equipamento foi muito pouco definida quanto aos seus objectivos. Resolveram, e bem, introduzir no equipamento uma componente mais cultural e social, mas sem qualquer lógica. Durante a gestão do Sr. Mouro viveu-se na casa um pouco de tudo, sempre num misto de ex-Casa do Povo com salão de associação de bairro. De vez em quando, aí teve lugar uma ou outra exposição mais interessante, mas… O consulado do Sr. Mouro durou até 30 de Outubro de 2005 e a Casa do Arco do Bispo foi-se degradando a olhos vistos. Já tinham passado os entusiasmos da década anterior. Até hoje. Aliás esta degradação já aqui tinha sido apontada pelo nosso amigo Stalker quando se indignou pela situação de abandono aquando da exposição de pintura que aí teve lugar em Dezembro último. Já agora, e a bem da verdade histórica, relembramos que a “luta” em prol de uma patrimonialização do Arco do Bispo foi algo que começou alguns anos antes. Relembramos aqui três nomes (há mais…): O Dr. Joaquim Moreira, o Dr. António Pires Nunes (enquanto membros da extinta associação de defesa do património ARCINPE e o saudoso Cónego Anacleto Martins. Quem quiser pode confirmar o que dizemos, consultando os arquivos da imprensa local. Olhem que vale a pena…

Resolveu, agora, o Sr. Presidente Jorge Neves crismar a galeria da Junta com o nome Clemente Mouro. E porquê?

Lê-mos na Gazeta do Interior, de acordo com o presidente da Junta o que se pretende é, e citamos: “ homenagear o cidadão que mais tempo dedicou à causa pública como presidente eleito desta autarquia”, acrescentando que “Clemente Mouro foi um cidadão de corpo inteiro que desde 7 de Janeiro de 1994 até 30 de Outubro de 2005, demonstrou grande empenhamento na vida pública, que merece ser assinalado oficialmente pela autarquia à qual se dedicou de forma exemplar e abnegada”.E são estas as razões. A proposta levantou celeuma e não foi nada pacífica junto das bancadas do PSD e do BE que votaram contra cada qual pelas suas razões. Partidarizou-se, assim, algo que é um bem público, dentro de um monumento classificado. O problema não está no Sr. Clemente Mouro que é uma pessoa de bem, pois claro. O problema está sim na atitude, na manipulação e aproveitamento da memória cultural da cidade. Diz o Presidente Neves que Clemente Mouro foi um cidadão de corpo inteiro enquanto exerceu as suas funções politica durante 11 (onze) anos. Ninguém duvida. Mas, e depois? O Sr. Mouro tanto como todos aqueles que foram democraticamente eleitos em trinta e tal anos de poder local. E antes disso? Não o era? Não o é? Que se dedicou de forma exemplar e abnegada à causa pública. Era só o que faltava se não o tivesse feito. E o que é que esses comportamentos políticos possuem de notável? Expliquem lá. Pagou do seu bolso as obras da casa do Arco do Bispo? Doou, alguma vez, o seu salário de Presidente de Junta à Santa Casa da Misericórdia? Foi algum mecenas encoberto das artes, das belas claro? É pintor, escultor, artesão? Então?

Trata-se de uma galeria de arte, não de um salão de convívio. Até entendíamos se atribuíssem o nome do antigo presidente Clemente Mouro a uma área da casa mais relacionada com actividades lúdicas. Era justo. Como se pode ler no boletim da Junta de Freguesia da nossa cidade, a equipa formada pelo actual e o anterior Presidente, ganhou o segundo prémio da XII edição de um torneio de sueca. Cá está. Se tivesse sido “Sala de jogos Clemente Mouro” teria havido coerência e continuidade funcional.


(Retirado do semanário Gazeta do Interior)

Mas não: o senhor ex-presidente crismará o nome da galeria de Arte da Junta de Freguesia de Castelo Branco. É nestas coisas (que para muitos não interessarão) que se vê a diferença entre o que significará viver na Província e ser provinciano. Nada temos contra o Sr. Mouro mas haja decência e não vá o sapateiro além do chinelo. A bem da ética cultural albicastrense, a nosso ver, o nome da galeria da Junta devia ser:

ANTÓNIO RUSSINHO, pintor e animador cultural albicastrense.

A esta personalidade, tão esquecida e a quem dedicaremos um próximo post, ficou a cidade a dever toda uma abnegada acção cultural nos domínios da música e das artes durante décadas e décadas. Morreu vai para alguns anos muito triste com o tipo de cultura que então se promovia e se continua a promover na cidade.

A esta hora, lá estará a pintar com o azul do céu as suas fantásticas paisagens junto do Criador a rir-se destas coisinhas que persistem em acontecer na cidade que tanto amava.

Uma coisa não estará a fazer, o saudoso António Russinho: A jogar à Sueca. O professor nunca gostou dessas … artes.

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Arqueologia preventiva 2




































Eis pois os resultados de não se ter efectuado arqueologia preventiva.
Falta de meios? Uma porra, pouca vontade de trabalhar, isso sim, estendido por toda a hierárquia. São estes os maus exemplos que os modernos arqueólogos estatizados nos dão. Até quando?



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16 de abril de 2007

 

ONDE É QUE ANDARÁ A LÁPIDE FUNERÁRIA DO SOLDADO BRITÂNICO?















Na década de trinta do passado século encontrou-se algures na Freguesia de Sarzedas (Concelho de Castelo Branco) uma inscrição latina, em xisto. Em 1938 entraria para as colecções do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, de Castelo Branco, através de diligências do seu terceiro director, Tenente-Coronel Elias Garcia que assim salvaguardaria para o futuro, pensava, uma das fontes mais originais da História da Militar da região. O epitáfio Tomás Stewart, militar do Regimento 31 do Exército Inglês que morreu próximo de Castelo Branco no dia 19 de Agosto de 1810, com a idade de 20 anos (como se epigrafou) é uma peça epigráfica única na Beira.

Na década de sessenta Luís Pinto Garcia publicaria, na revista Estudos de Castelo Branco, o ensaio “Uma lápide funerária de um soldado britânico” difundindo-se esta originalidade epigráfica pelo País e pelo estrangeiro. O texto seria republicado em finais de setenta conjuntamente com outro da mesma autoria numa edição do Museu.

Aquando da direcção de Fernando de Almeida já com o Museu situado no antigo palácio episcopal, a lápide seria incluída na sua secção de epigrafia portuguesa. Anos depois, a notável inscrição fazia parte de um discurso pedagógico junto das escolas (sim que isto das pedagogias museológicas não é ‘invenção’ de hoje como alguns e algumas querem fazer crer). Nos tempos da direcção de António Salvado, assistimos (era funcionário da casa com muito orgulho) ao ‘aproveitamento’ da lápide em inúmeras visitas de estudo das escolas. E já agora, também as Invasões Francesas, principalmente a 1ª., mereceram a devida atenção por parte do então responsável máximo por esta instituição da cidade e da região. Tempos dirão. Pois, pois.

O Museu de Francisco Tavares Proença Júnior entraria durante a década de 90 em profundas obras de reabilitação e de redefinição do discurso expositivo. Foi infelizmente, a nosso ver, uma intervenção, castradora da história arquitectónica do monumento. Escusada. Por exemplo, destruíram-se painéis setecentistas dos azulejos…Nesta ‘revolução’ museográfica dominada pelos bordados e afins, a inscrição em causa foi transportada para o exterior do edifício. Encostada a um contentor do estaleiro, lá foi ficando sujeita aos rigores dos elementos e ao desprezo dos doutos técnicos. Alguns funcionários avisaram a direcção sobre os perigos que assolavam a inscrição. Mas nada. A drª. Clara Vaz Pinto queria lá saber de lápides. Se nem as romanas, quanto mais as britânicas… Até que, um dia, a coisa deu-se. Por descuido e por irresponsabilidade a lápide partiu-se em bocados. “Ai Jesus. E agora?”. Lá pegaram nos fragmentos, viajando a coisa até Conimbriga a fim de ser convenientemente restaurada. Até hoje.

Quando é que esta importante fonte da história das Invasões francesas regressará da sua forçada estancia coimbrã?


PS.- Na renovação dos anos oitentta, as linhas expositivas propostas pela direcção e pelos técnicos de então (algum ou outra por lá ainda anda) foram as seguintes:

Exposição permanente
Memórias do Bispado: iconografia religiosa; retrato.
Tecnologias têxteis tradicionais: Linho.
Tecidos Bordados: Paramentaria; traje; colchas.

Pois bem. Esta lápide poderia ter ‘colado’ muito bem às memórias do Bispado? Mas faltou (como falta?) o engenho e a acima de tudo a arte:- A arte de conhecer e de imaginar.

No blog O ALBICASTRENSE do nosso amigo Veríssimo Bispo este assunto será retomado

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Arqueologia preventiva...



Idanha-a-Velha, pequena aldeia situada no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, possui um vasto leque de monumentos e história desde o tempo dos romanos até aos nossos dias. Não será pois de estranhar que ao se efectuar qualquer obra, vestígios do passado saltem logo aos nossos olhos. Para alguns poucos, este facto é uma felicidade, porém para a maioria é um estorvo.
Como os tempos não se compadecem destes valores arqueológicos, e longe de nós querermos que os mesmos sejam um impasse ao "progresso", sempre que se destrói alguma coisa esta deverá ser analisada e descrita à exaustão, para que fique um registo o mais perfeito possível.

Desde há alguns anos que a população clama, e com razão, sobre a poluição feita pela fossa que serve a freguesia. A solução seria construir uma ETAR, para tratamento desses mesmos esgotos, o que já foi proposto por nós e que reune concenso universal. Foi acordado fazer a mesma ETAR em terrenos para poente do actual cemitério. Para trazer os esgotos até aqui seria preciso rasgar uma vala entre a actual fossa e esta infraestrutura. Tudo bem, foi delineado atempadamente o percurso a percorrer pela mesma e tido em conta que seria preciso efectuar um acompanhamento arqueológico. Só que, só acompanhamento arqueológico, não serviu. Ao chegar a vala à chamada Tapada das Poldras, como eu previ, começaram logo a aparecer vestígios em número e valor que foram feitas várias tentativas de percurso, sempre com o mesmo resultado. Como se poderia obstar a este resultado? Decerto que já ouviram falar de arqueologia preventiva. Pois aqui quando tudo e todos pressionavam os responsável da arqueologia de Idanha-a-Velha para fazer isso mesmo, estes remeteram-se simplesmente efectuar uma sondagem ao cimo deste terreno, mais nada. Não compreendemos porque se chegou a este ponto. Não será por certo por falta de meios, já que a Autarquia dispõe em Idanha-a-Velha de uma equipa permanente de operários afectos à arqueologia. Seria tão simples pô-los a laborar, mas parece que não há vontade. Quem paga com isso? Uma vez mais o património arqueológico de Idanha-a-Velha.
Este post sai em simultâneo no blog Taberna dos Inconformados

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12 de abril de 2007

 

Quim Barreiros mais uma vez em Idanha-a-Velha


Esta será, se a memória não me falha, a terceira vez que o popular artista Quim Barreiros, actua em Idanha-a-Velha, na festa em honra da padroeira, Nossa senhora da Conceição. Gosto bastante das suas musicas pela ligeireza, simplicidade e brejice. Espero é que o facto de ser tão solicitado não afaste pessoal que já o tenha visto mais vezes. Estamos certos que não, e dia 20 de Maio, domingo, lá estaremos para pela terceira vez o ouvirmos com todo o gosto.

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11 de abril de 2007

 

O fim do Sebastianismo?



Dois investigadores, um portugês e outro espanhol, estão na senda de acabar com o mito de D. Sebastião, segundo revelo o Público. Mas para isso acontecer socorrem-se de documentação do arquivo de Simancas e para não restarem mais dúvidas, terá de ser aberto o túmulo atribuído ao rei D. Sebastião existente nos Jerónimos e feitas análises de ADN.
Esperemos que com o IPPAR extinto, estes investigadores tenham mais sorte que os que queriam abrir o túmulo de D. Afonso Henriques. Ou será que conforme há interesse em que se continue a acreditar que D. Afonso I era uma homenzarrão, haverá agora interesses em manter o mito do sebastionismo?
Neste país tudo é possível, vivemos de aparências e de "caganças".

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Filatelia arqueológica 2




Em Setembro de 2006 os CTT emitiram juntamente com os seus correspondentes espanhóis uma série de selos denominada de "Pontes Ibéricas". Dos exemplares escolhidos é de destacar pela parte portuguesa a ponte Vasco da Gama, tendo "nuestros hermanos" optado pela ponte romana de Alcantara, quase tão portuguesa como espanhola, construída numa época em que não havia ainda nenhum dos países.
Mandada fazer ao tempo do imperador Trajano, e custeada na quase totalidade pelos povos a que iria servir, quase todos eles em território actualmente português, com os Igaeditani em destaque, conforme mostra cópia de inscrição, conservada na ponte. Acho que a escolha espanhola não podia atingir melhor os objectivos desta colecção pontes ibéricas, embora em território espanhol, esta ponte constitui o melhor laço de união dos dois povos que se situam a ambas margens do rio Tejo.
Recomendo vivamente uma visita, sendo este um dos meus destinos favoritos para uma visita rápida.

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7 de abril de 2007

 

Votos de Boa Páscoa



Venho desejar uma boa Páscoa para todos os meus Amigos e também para os que não o são.

Não comam muitos doces, pois estragam os dentinhos e engordam.

BOA PÁSCOA

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6 de abril de 2007

 

Visitas ilustres na Egitânia



Idanha-a-Velha recebeu hoje a visita ilustre do deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louça.

Entrou no café da terra para almoçar, o que não foi possível, pelo que foi almoçar e gastar o seu dinheirinho para outra freguesia. Mesmo assim ainda visitou alguns dos monumentos cá da terra, pelo que estamos atentos às notícias para sabermos da sua opinião sobre os mesmos.

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5 de abril de 2007

 

1º Aniversário

Pois é, faz hoje um ano que comecei a minha segunda aventura na Blogosfera, com "POR TERRAS DO REI WAMBA. Tem sido um percurso irregular, bastante mais modesto que o anterior blog IDANHENSE, precocemente fechado devido à intolerância que vai grassando na sociedade portuguesa e cuja face mais brilhente tem vindo a público nos últimos dias. Os portugueses não sabem lidar com a critica, muito menos aqueles que possuem mais responsabilidades perante o povo. Em qualquer país civilizado o Idanhense seria bem tolerado e até lhe agradeceriam por ter na altura alertado para certas práticas e algumas situações. Em Portugal não, o poder só gosta que lhe batam palmas e que se esconda as situações mais complicadas. Este é o país da cunha e do faz de conta. Este é o país em que se passa por cima de tudo, para certas pessoas e certos grupos atingirem os seus objectivos, até da Lei.
Quando comecei nesta coisa dos Blogs, foi com a ingénua ideia de que haveria uma possibilidade de ajudar a fazer algo para mudar alguma coisa a nível do património, mas depressa me dei conta que estava sózinho, as portas começaram logo a fecharem-se, os telefonemas a não serem atendidos, as pessoas nunca estavam, telefonemas anónimos e mais ameaças, nem quero lembrar.
Porém, nem tudo foi mau. Tenho hoje uma colecção de Amigos Virtuais, que muito estimo. Passo a citar alguns sem desprimor dos restantes, só que não posso estar o dia inteiro citando.
O meu primeiro Amigo virtual foi o Marcos Osório do saudoso Arqueoblogo, seguiram-se outros como o António Verissimo do Albicastrense, o Carlos Semedo do Cerro da Cardosa, o João Paulo Pereira do Bota de Arqueólogo, o Albino Cardoso do D'Algodres (gostava mais quando o blog se chamava Judeus em terras de Algodres), o António Tavares do Neoarqueo, o Eddy Chambino da Casa das Bestas e o Aquiles Sequeira Pinto do Conversando (Embora goste muito de fazer de advogado do Diabo). A todos estes e mais aqueles que não citei o meu bem haja, e esperemos ainda aqui estar, a queixar-mo-nos e a agradecer daquí a um Ano. Aos anónimos, que o sejam menos. Aos que não têm blog destaco o Ricardo Gaidão, sempre intervente e solidário.

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4 de abril de 2007

 

Bibliografia da Senhora do Almortão 3



(Desenho de Fernando de Almeida)

Fernando de Almeida, «Igaedus. Divindade lusitana e a Senhora do Almortão», in Revista da Faculdade de Letras, 8, Lisboa, 1964, p. 65-73.

Ainda a propósito de Igaedus e da Senhora do Almortão referenciamos um importante texto de Fernando de Almeida dado à estampa há já alguns anos. Pela quantidade de pistas e de pertinentes observações que fornece o texto não perdeu actualidade. Pelo contrário continua a ser dos ensaios mais citados na bibliografia epigráfica de hoje quando se discorre sobre o fenómeno das ditas divindades indígenas.

A ara, encontrada junto ao santuário durante umas obras, foi levada para fora do concelho. Apesar de D. Fernando ter escrito que «a lápide estava para ali arrumada, à espera de mais triste sorte, quando a topou o benemérito coleccionador de antiguidades e nosso bom amigo Joaquim Trigueiros de Aragão; recolheu-a e levou-a para a sua casa de Idanha-a-Nova, onde se encontra», a ara viajou para Alcains. Há uns anos ainda lá estava. À porta de um solar de descendentes dessa família servia de suporte a um vaso. Um destes dias, quando voltámos a passar por lá já não a vimos. Continuará em Alcains? E se sim porquê? O ex-IPA não fez nada quanto a este assunto. Foi pena. Se calhar ficaram sem satélite do GPS… Pela indicação de Fernando de Almeida, o sr. Joaquim Trigueiros de Aragão era um «benemérito coleccionador». Coleccionador do quê? A realização da exposição poderia ter sido a ocasião da devolução deste património. Infelizmente tal não aconteceu. Fica para a próxima. È sempre. Para quando o regresso desta raridade epigráfica romana a terras dos antigos Igaeditani? Também é verdade, se for só para fazer número (nos depósitos ) é melhor que continue em parte incerta…

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3 de abril de 2007

 

Exposição da Senhora do Almortão

Depois de sair do serviço, acompanhado da minha filha, visitei a exposição sobre a Senhora do Almortão, no Centro Cultural Raiano em Idanha-a-Nova. A exposição está dividida por duas salas, bem compostas. Estão expostos os pequenos grandes tesouros da santa, desde inúmeros objectos de ouro, fruto da doação dos crentes, até às vestimentas com que a Santa regularmente é vestida pelas mordomas. Enfim está lá quase tudo, mas sente-se sobretudo a falta da artista principal, ou seja a santa. Muito gostariamos que a Senhora do Almurtão estivesse presente nesta homenagem a si dedicada. Achei igualmente a falta da muita bibliografia que se escreveu e das bandas sonoras publicadas por inúmeros artístas. Senti igualmente a falta de uma música de fundo com os adufes e os cantares das raianas, desafinadas, encantadoras.
A nível técnico senti uma vez mais que as coisas foram feitas apressadamente. Falta sinalética, faltam legendas, falta um catálogo.
Mas no geral gostei e fiquei impressionado com a valia, popular ou artística, de muitas peças.
Só fiquei desiludido com a forma como apresentaram a ara de Igaedus, divindade índigena, documentada numa ara encontrada nas traseiras da capela e levada para uma casa particular de Alcains, um simples desenho muito esquemático. Igaedus mereceria mais, pois a Santa só herdou o seu lugar e as suas funções.

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Bibliografia da Senhora do Almortão 2



Maria José Couchinho Fazendas Tapadas, Senhora do Almortão. Minha tão linda arraina, Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, Castelo Branco, 1997, 28 p.


A nosso ver o inovador estudo de Firmino Crespo, Senhora do Almortão-Cancioneiro coligido e precedido de estudo histórico-literário, datado de 1963 foi sem desprimor para os posteriores, o melhor trabalho que até hoje foi editado a propósito desta romaria e do seu santuário. Hoje é uma raridade bibliográfica e seria interessante que a Câmara Municipal de Idanha-a-Nova procedesse à sua reedição. Era uma boa maneira de homenagear um importante filho da terra.

Fazemos agora referência a um trabalhinho (o diminutivo é positivo) de autoria de Maria José Tapadas realizado quando concluiu os estudos do ciclo-Nocturno pelo Sistema da Unidades capitalizáveis» na Escola José Silvestre Ribeiro de Idanha-a-Nova. A autora recolhe a lenda, descreve a romaria e, principalmente, debruçou-se sobre os vestidos da Senhora: os Mantos. Aponta os mantos ricos, como aquele de seda natural e bordado a ouro fino oferecido em meados do século XIX a Nossa Senhora por Joaquim Trigueiros de Aragão e por sua mulher Angélica Aragão da Costa Ornellas. Contribuição muito interessante para os outros patrimónios da Confraria. Escreveu a autora:

«Dedico este trablho

À Senhora do Almortão.

Deixo aqui uma prova

Da minha veneração.»

A impressão deste opúsculo era um “sonho” como diz Maria Tapadas, sonho que a Senhora de certeza ajudou a concretizar.

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Bibliografia da Senhora do Almortão 1



António Silveira Catana, A romaria da Senhora do Almortão. Ontem e na viragem do milénio, edição de Autor, Castelo Branco, 1995,75 p.

Reproduzimos a capa de um ensaio de autoria de António Silveira Catana sobre a romaria de Nossa Senhora do Almortão. Datada de 1995, o autor apresenta numa linguagem simples e acessível, a história do santuário beirão e, principalmente, todas as alterações aí detectadas quando compara o «ontem» com a viragem do milénio. Interessantíssimo é a edição do Cancioneiro. São 129 quadras que o autor apresenta começadas a recolher quando o autor tinha dezassete anos, como fez questão de salientar. A presença do adufe na ritualidades de Almortão é uma persistência cultural impar no País. Quanto a este aspecto, fazemos nossas as palavras de Alberto Sardinha que assina:

“(…) é justo dizer que a conservação dessa interessantíssima tradição (refere-se ao uso do Adufe no ritual) se fica a dever, em grande parte, à meritória actividade que ele e o Rancho Etnográfico de Idanha-a-Nova têm desenvolvido, bem como à acção extraordinária do pároco da freguesia, Sr. Padre Adelino, que tão bem compreende e aceita a necessidade do ludismo popular integrado na fé e na religião. Tanto a um como a outro os vimos cantando as alvíssaras, misturados por entre o povo que enchia o alpendre, e como ele galvanizados na emoção do cântico e na vibração dos adufes.» Foi, e é verdade.

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Barragem romana da Senhora de Mércoles

Esta barragem romana situa-se a escassas dezenas de metros do santuário de Nossa Senhora de Mércoles, na periferia de Castelo Branco. O que eu lá vi ontem não tem descrição. Dentro de dias sairá noticia com mais pormenor, já que a máquina fotográfica decidiu ficar sem bateria. E sem fotos é dificil alguém imaginar e acreditar

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