16 de fevereiro de 2009

 

Figuras típicas raianas

Ao reler velhos exemplares do jornal Raiano dei com a notícia do "passamento" do Tonho da Aldeia, foi no número 264 de 25 de Setembro de 1997.
No dia 15 de Agosto de 1997, morreu nas Aranhas (Penamacor) uma das figuras mais típicas dos concelhos de Idanha-a-Nova e Penamacor, O Tonho da Aldeia. De seu nome António Afonso Ramos, era o pedinte mais famoso das redondezas. Nunca ofendeu ninguém, mas pregava valentes sustos nas raparigas. Eu recordo a sua figura muito bem, enquanto foi vivo nunca deve ter faltado a uma festa de Maio em Idanha-a-Velha.

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12 de fevereiro de 2009

 

A pedrinha















A resposta ao comentário de uma tal Sr.ª Rita passa a posta porque a questão da real situação da defesa e da salvaguarda do património geológico regional é do interesse público. Diz a Rita que o «autor, comentadores e público em geral deveriam "investigar" melhor o que é o Geoparque Naturtejo e quais os seus deveres e direitos (nos quais não se incluem a apropriação em nome próprio de bens particulares sem o consentimento dos respectivos proprietários).
Já existem dois troncos propriedade da CMVVR portanto, se fosse tão simples como ir buscar o tronco considerado como o mais importante (com ou sem autorização) não acham que já lá tinham ido?»

Não foram porquê? A Rita sabe desde quando é que o tronco está identificado? Saberá a quantidade de cientistas que o fotografaram e o admiraram. E ainda não havia Geoparque. Aliás o caricato disto tudo são os comentários do “proprietário do calhau” transcritas no Diário XXI e as que foram ditas por outros níveis de responsabilidade: nomeadamente as do orientador científico.

Diz, também a Rita: «Mais uma nota: se o Geopark Naturtejo tivesse uma feira de fósseis não estaria com certeza sob os auspícios da UNESCO...» Acha mesmo? Ai sim? Não me diga Sr.ª Dona Rita. E qual é o mal da realização da feira? Onde é que essa postura se encontra legislada? Uma coisa do género: A Unesco proíbe a realização de feiras de fósseis em territórios de geoparques.

A Faculdade de Ciências do Porto, entre muitos outros centros do saber, também deixa ser “científica”pelas feiras de fósseis e de minerais que promove? Veja com os seus olhinhos: http://www.fc.up.pt/fcup/news/?amp%3Bop=view&id=829&op=view&page=0&view=c0

Aliás quem indica um valor económico do “calhau” é o Sr. Dr. Carlos Carvalho. Como estas coisas não se cotizam na banca, esse valor deve-lhe ter ocorrido pelo seu conhecimento do mercado destes patrimónios. Uma vez mais obrigado por essa indicação. Dá outro valor ao património geológico, o que também não deixa de ser algo interessante para o futuro...

Mas o mais curioso, desta novel cientista comentadora, é o seu apelo e espírito de curiosidade. Diz a Rita: «E agora pura curiosidade: Trilobites em Penha Garcia? Onde? (aqui está mais um bom assunto de pesquisa).» Pois olhe não sou geólogo. Contudo essa informação está nesta obra: Geologia de Portugal, Vol. I- Pré-câmbrico, Paleozóico, Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa,1981.

Deve conhecer ou não? A obra e Carlos Teixeira? http://74.125.77.132/search?q=cache:K6w-atdAWqUJ:www.eb23carlosteixeira.net/cteixeira_biografia.pdf+geologo+Carlos+Teixeira&hl=pt-PT&ct=clnk&cd=2&gl=pt

Se estiver desactualizada a identificação em Penha Garcia, de Neseuretus tristani faça o favor de dizer.

Sabe minha cara, a Geologia regional não começou nem acaba com o Geoparque, instituição muito meritória para atenuar o nosso subdesenvolvimento cientifico. Mas isto dos Geoparques e das Naturtejos e afins hão-de dar lugar a outra coisa qualquer. E não por qualquer destruição natural. É mais tempo menos tempo. A evolução lenta da Terra, essa continuará. Hoje, rápido em Geologia, só os concursos para certos lugares e os anunciados “roubos” do património abandonado, perdão referenciado e em eterna negociação.

Já agora como complemento para a Rita alimentar a sua ávida curiosidade:

Do Professor Doutor José Brilha (que conhecerá decerto…), Património e geoconservação: A Conservação da Natureza na sua Vertente Geológica. http://www.palimage.pt/livro.php?livroid=CeD01

Tem o prefácio do grande Sábio Galopim de Carvalho que já existe muito antes dos geoparques e que gosta muito de todos os fósseis sejam bi ou tri.

Boa leitura e ‘amande’ as pedradas que quiser sempre.

Neseuretus tristani … Snif, snif.

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11 de fevereiro de 2009

 

O Tronco



Não dá para acreditar. E não dá, por tudo. Pelo caricato da situação, pelas instituições envolvidas, pelo desplante das justificações, pela falta de pejo, pela arrogância, pela falta de vergonha. Acima de tudo pela grande vergonha que é o facto do “roubo” deste espécie único da património geológico da região.

O que andam ou andaram a fazer os técnicos e os responsáveis pelo GEOPARQUE do Tejo que como se sabe é uma importante fonte não termal…, empregadora da região. Entre os prémios, as menções honrosas, as viagens de estudo pelo mundo fora, os almoços, as galas de trabalho, os congressos e os passeios geológicos, que ocupam sempre tantas fotografias e mancha no jornal paroquial da cidade, não vigiam, o “seu”- nosso património”? Como foi possível isto ter acontecido?

O tronco, fóssil datada com cinco milhões de anos, há já muito tempo que era conhecido. Mesmo muito antes do GEOPARQUE.

Na notícia, retirada do Diário XXI, para além do choradinho da Senhora presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, vale a pena reter duas coisas. A justificação do proprietário e a do responsável cientifico pelo Geo Parque , o geólogo Carlos Carvalho:

Quanto ao primeiro é Portugal no seu melhor. Tal como alguns políticos que em relação ao património só utilizam o verbo, também o proprietário diz: “Estou-me a borrifar para o calhau”. Pelos vistos o Sr. Geólogo, rosto de toda uma equipa, também não lhe terá ligado lá muito. E que tal uma borrifadela nestes funcionários … públicos que justificam os roubos de património público, por motivos de decorações de jardinagem?.

O fóssil milionário

As declarações do Sr. Dr. Carlos Carvalho ao Diário XXI exaltam-nos. E no bom sentido pelo valor económico que é atribuído ao património geológico da região. Talvez assim se combata a crise. Obrigado, então, por este serviço público quando indica, o valor comercial do tronco fossilizado, agora desaparecido. Roubado ou vendido, o mistério continua?

“ Vale entre mil a dois mil euros, não mais do que isso” diz Carlos Carvalho. Como o tronco, retirado com uma grua, tinha dois metros de cumprimento e pesaria cerca de 15 toneladas, é só fazer a conta quanto ao preço da grama fóssil. Que grande serviço público. E agradeçamos a avaliação feita por este grande especialista. Uma pergunta quando, é que vai haver uma feira de fósseis do Geoparque? Talvez apareça o calhau e seja licitado pela melhor oferta, acima é claro da avaliação do Sr. Coordenador científico Dr. Carvalho. Ai que fossilização, ai que grande fossilização mental.

PS- Quanto é que valem as trilobites e bilobites de Penha Garcia?

Foto do Geopark Naturtejo

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Toponímia a circular

Como já tínhamos dito vamos começar a editar algumas coisas de novos colaboradores. Divulgaremos vários saberes, sem fronteiras, escritos por várias mãos. Tal é o caso deste importante texto do Dr. Ruy Ventura, poeta e intelectual amigo de um grande Amigo meu. Ruy Ventura é também um exímio colega da Blogosfera, pista onde nutre e enche de palavras e de sentimentos um dos blogues mais interessantes organizados por um poeta português. É o Estrada do alicerce.

Caminhante leitor, boa viagem por estas estradas e caminhos do Alentejo e da Beira.


O ESTUDO DA TOPONÍMIA
(notas metodológicas)


Na leitura dos topónimos, embora tendo sempre em conta o quanto fogem à fixação as explicações propostas para a etimologia de um nome, devemos ter sempre em conta alguns princípios metodológicos básicos que reduzam o perigo de cairmos em fantasias ou disparates.
Em primeiro lugar, devemos ter consciência do carácter objectivo da designação toponímica. Nesse sentido, é importante ter em conta os princípios defendidos por Álvaro Galmés de Fuentes:
"[…] al analizar y estudiar la etimologia de cualquier topónimo hemos de tener en cuenta el hecho de la racionalidad inicial de su nomenclatura. […] creo que el hablante, creador de la toponímia, es mucho más racional de lo que parece deducirse de las explicaciones de algunos etimólogos, y así lo mismo que llama al pan, pan, y al vino, vino, al monte le llama monte, y a la peña, peña, y al valle, valle, y al llano, llano, y al río, río, etc. Ahora bien, para distinguir entre varios montes o varias peñas, puden éstos recibir adjetivaciones complementarias, pero siempre haciendo referencia a sus cualidades físicas reales […]." (Fuentes, 1992: 313)
É crucial ter em conta também a opinião de Galmés Fuentes no que respeita às transformações sofridas pelos nomes de lugar ao longo de séculos ou (frequentemente) de milénios:
"[…] los topónimos, en su evolución o por el desuso de la lengua que les dio origen, pueden hacerse opacos, y es entonces cuando tiene lugar la reinterpretación, operada en la conciencia lingüistica del hablante, que tiende a reagrupar formas etimológicamente oscuras com raices conocidas de aspecto semejante […]" (idem)
Nesta evolução, concordo com o papel interpretativo (e erosivo) das classes cultas, onde se incluem, numa fase tardia, muitos etimólogos:
"[…] No es normalmente el pueblo quien más interviene en estas reinterpretaciones asociativas; con frecuencia son las personas cultas, y aun los mismos especialistas del lenguaje, a quienes corresponde mayor participación en ellas. […] / Con respecto a la toponimia quienes más han intervenido, sin duda, en su alteración han sido precisamente los profesionales encargados de registrar los topónimos o de consignarlos en escrituras. Me refiero, naturalmente, a los secretarios de ayuntamiento, a los registradores, a los escribanos o a los notarios. Éstos, con frecuencia foráneos y desconecedores de las peculiaridades lingüisticas del lugar, son los grandes artífices de llamativas asociaciones etimológicas. […]" (idem)
É nossa convicção que a toponímia, apesar de muitas vezes só poder ser conhecida através de documentos escritos mais ou menos recentes, é uma manifestação da linguagem oral dos grupos humanos que ocupam e observam (ou ocuparam e observaram) um determinado lugar. Daí que muitas designações – embora as suas primeiras atestações escritas datem apenas do século XIX ou já da centúria anterior à nossa – sejam de facto muito antigas, várias vezes fósseis de línguas ancestrais.
Sendo racionais e distintivos, os topónimos nunca poderão entretanto ser entendidos sem o contexto em que se inserem ou inseriram. A nomeação de um lugar nunca pode separar-se da sua geografia, da sua história e da sua mitologia. Embora nem todos os nomes vejam o(s) seu(s) significado(s) apoiado(s) em múltiplas referências contextuais, parece-me imprescindível trabalhar nesta base metodológica, que não dispensa o conhecimento integrado da cultura local nas suas várias dimensões. Por isto nos parece muito mais correcto estudar a toponímia com base num método etnológico do que num método positivista, seja ele "histórico" (que apenas tem em conta as atestações escritas, sem as discutir ou criticar, frequentemente) ou "filológico" (que apenas interpreta os nomes com base numa sua suposta etimologia, muitas vezes desenraizada).
Na senda de alguns autores estrangeiros, quem em Portugal mais se tem preocupado com o desenvolvimento e aplicação desse "método etnológico" tem sido Moisés Espírito Santo. Dele nos socorremos para a definição do modo de trabalho:
"[…] É um método de terreno. Consiste em descobrir a significação do nome a partir do seu envolvimento geográfico e da sua relação com os nomes/sítios vizinhos. Parte-se do princípio da objectividade do nome. Isto é, a nomeação era a objectivação ou singularização do local. Os nomes significavam qualquer coisa que existia ou se fazia no local; não eram poéticos nem postos ao acaso das aparências. Significavam o que lá existia ou se fazia: 'fonte', 'encosta', 'rio', 'porto', 'mina', 'palácio', 'santuário', 'feira'… As populações viviam em autarcia. Esses sítios/nomes não necessitavam de outros atributos, uma vez que as populações que os nomearam eram isoladas e podiam não conhecer mais nenhum sítio com esse nome. […] / […] O método etnológico exige, portanto, a observação do terreno ou, pelo menos, o uso duma cartografia minuciosa e alguma informação etnológica sobre os sítios. […]" (Espírito Santo, 2004: 351-352).
Segundo o autor de A Religião Popular Portuguesa, esta prática metodológica tem aplicação mais pormenorizada através do chamado "método dos sistemas", proposto em 1927 por Victor Berard como forma de estudo da toponímia fenícia do Mediterrâneo, presente na Odisseia de Homero. A interpretação do nome deve então submeter-se à passagem por três sistemas, em simultâneo (cf. Espírito Santo, 2004: 352):
1. "sistema verbal" (correspondência fonética, de acordo com as regras da linguística);
2. "sistema local ou geográfico" (o topónimo deve fazer referência a acidentes naturais do relevo, do sistema hidrológico, etc.);
3. "sistema histórico ou lendário" (devem existir referências históricas ou lendárias relacionadas com o sítio).
Moisés Espírito Santo aperfeiçoou entretanto este método, aprofundando-o de maneira a acrescentar-lhe fiabilidade e a permitir o estudo de alguns topónimos que lhe fugiam, por se referirem "a uma qualquer actividade social, religiosa, etc., sem relação com a geografia, e sem ter deixado rastos históricos ou mitológicos". Acrescentou-lhe assim a regra da "constelação dos nomes":
"[…] tendo em conta o 'sistema verbal' (a evolução da palavra segundo as regras linguísticas), a significação de um nome estará garantida quando ela tiver relação com a significação dos nomes em volta: o nome vizinho pode ser um sinónimo ou uma tradução noutra língua […]. Pode o nome estar numa relação de complementaridade com os vizinhos […]. Esta regra da constelação pode testar-se, comparando com os nomes idênticos doutras regiões, porque os topónimos […] são repetitivos e, observando bem, podem organizar-se por constelações de nomes." (Espírito Santo, 2004: 352)
Segundo o mesmo autor, há no entanto um cuidado a ter:
"[…] da actual coincidência de dois nomes em regiões diferentes não se deduz, automaticamente, que ambos tenham tido a mesma origem no passado. Com origens verbais diferentes, podem ter evoluído foneticamente para o mesmo nome, nomeadamente pela força da escrita e dos registos. Há que interpretá-los dentro dos respectivos contextos." (idem)


2.

À semelhança do que acontece na chamada "toponímia rural", até meados do século XIX a toponímia urbana era também meramente funcional. Ninguém se preocupava, como hoje, em impor os seus valores ou ideais políticos, tornando a designação do espaço uma "simples convenção [resultante] de cíclicas ondas comemorativas que espalharam por todas as vilas e cidades portuguesas nomes e datas que o correr do tempo tem esvaziado de sentido" (Andrade, 1993: 123), chegando a apagar oficialmente nomenclaturas antigas, sem olhar ao risco de apagamento de uma parte significativa da memória colectiva.
A toponímia antiga, fosse rural ou urbana, partia do conhecimento profundo dos lugares, nascendo da observação cuidada e experimentada para a nomeação dos múltiplos espaços da localidade e sua envolvência. Não eram portanto necessárias quaisquer placas de identificação ou outros elementos oficializando e fixando a designação, como acontece nos nossos dias. Bastava o conhecimento empírico e a transmissão oral, sendo a oficialização (sempre relativa e provisória, coexistindo por vezes várias designações atribuídas ao mesmo local) apenas um modo de consagrar (interpretando, frequentemente mal, a oralidade) nos documentos escritos (alvarás, escrituras, tombos, registos paroquiais e outros) aquilo que já corria na voz dos habitantes desses lugares há vários séculos ou milénios.
Está mais ou menos estabelecida a ideia de que o processo de atribuição de topónimos por decisão oficial se terá iniciado em meados do século XIX com a Regeneração (embora ainda no Antigo Regime, a partir do governo do Marquês de Pombal, se verifiquem episódios pontuais com uma atitude semelhante perante a nomeação do espaço). Esta estratégia tem visado sobretudo objectivos doutrinários, de forma a levar as populações a assumirem como seus os valores dos sucessivos regimes políticos – embora com resultados práticos muito débeis, perante uma memória colectiva secular ou milenar que, na grande maioria dos casos, teima manter em uso os nomes antigos, desprezando ou esquecendo os oficiais (cf. Ventura, 2002: 416). Paralelamente, a nomeação oficial tem visado ainda a valoração pública de personalidades dos domínios político ou social, ora consagrando figuras locais ora homenageando actores nacionais – que o tempo, muitas vezes, se encarrega de mergulhar (justa ou injustamente) no esquecimento.

Ruy Ventura

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10 de fevereiro de 2009

 

Convento de S. António dos Capuchos (Castelo Branco)
























Talvez o monumento mais desconhecido da cidade de Castelo Branco

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6 de fevereiro de 2009

 

Pias de S. Bartolomeu voam para Espanha

As pias da fonte de S. Bartolomeu, perto de Castelo Branco, foram vendidas e removidas do seu local para sítio incerto em Espanha, segundo nos conta o Reconquista desta semana. Dizem que se tratou de um negócio legal. Pois, pois, qual é o negócio em Portugal que não é legal? Quem diz negócio diz negociata. Ainda estou atónito a tanta bandalheira a que está votado o património cultural português. Mas no fundo o dono do terreno tem uma certa razão ao afirmar que as pias estavam lá há tanto tempo e que ninguém lhes ligava, até estavam cobertas de mato e silvas, e que agora que as "despachou" é que vieram a "chorar" a perda.
Gostava no entanto de ouvir pareceres sobre este acontecimento, e sobre a legalidade da venda, já que me parece que a fonte de S. Bartolomeu é pública. Qualquer dia ainda alguém vende a Fonte de S. Marcos ou a Graça só porque estão quase ao abandono. Estarei a falar certo?
Foto do jornal Reconquista

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5 de fevereiro de 2009

 

Naqueles tempos...

Retirado do pó do tempo, editamos um interessante documento que carinhosamente para “estória” antigo - recente do “nosso” Museu Tavares Proença. Interessante, não é? Estávamos em 1999 e o museu queria renascer, tornando-se independente dos nefastos interesses de uns quantos e quantas e, principalmente, dos aparelhos partidários. A notícia ficará para história, pelo menos para que não se repita a situação, nestes tempos de tanta municipalização anunciada. Esse final dos anos 90 foi pródigo em originalidades quanto à gestão do Património da região. Foi quando houve dois directores nomeados para o IPPAR cá do burgo.. Não se alembram?

Outra coisa: em breve vão haver algumas novidades neste blog quer quanto a temas, a colaboradores e a problemáticas. Desde logo -e avançamos- um dos assuntos a ser tratado vai ser a museologia regional. O tema será desenvolvido por um grande Amigo meu, especialista e um grande conhecedor da História e do Património da região. As História dos museus locais merecem toda a nossa atenção. Pensamos editar todo o tipo de documentação oficial, privada, jornalística, fotográfica, etc, etc. Afinal tudo pode ser e é História.

Nesta linha mais museal, já devem ter reparado que temos alguns museus lincados. Mas isso não chega para os difundir. E, se no próximo fim-de-semana visitarem os novos espaços museológicos da região, como o Municipal da Covilhã ou o premiado Museu Arqueológico José Alves Monteiro do Fundão não darão o tempo por perdido. Valem mesmo a pena e a alma nunca é pequena. Até.

Arquivo ERR@

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4 de fevereiro de 2009

 

Açafa digital



A revista da Associação de Estudos do Alto Tejo passa a estar ao dispor dos interessados leitores em formato digital. É a adaptação aos novos tempos, de um dos projectos arqueológicos mais constantes, originais e importantes do estudo do passado pré e proto-histórico da Beira Tejo. Um punhado de arqueólogos e de investigadores, chefiados pelos nossos velhos amigos Francisco Henriques e João Caninas, têm continuado a estrada do conhecimento do passado da nossa região, nobre tarefa iniciada vai para dezenas de anos.

Desde esses tempos, um excelente hábito foi adoptado. Conforme se descobrem novidades e novos arqueossitíos, registam-se e difundem-se as informações para todos os interessados. Um bom exemplo de partilha e de dádiva cientifica ao arrepio do que é , infelizmente, prática corrente. Passei com os meus companheiros e camaradas da AEAT, excelentes momentos durante o meu processo formativo como arqueólogo verdadeiramente amador.

Se fiquei aborrecido com alguns membros da AEAT, uma ou outra vez, foi apenas por achar que, às vezes, deixaram-me completamente sozinho nesta “luta” pela defesa do património das nossas terras.

O número da Açafa digital está excelente pela diversidade de temas e qualidade dos colaboradores.

Realço o trabalho sobre os lagares de Monsanto da Beira. Gostei e agradeço as referências à minha humilde pessoa. Para o próximo levantamento (se for para não descobrirem muito…) digam alguma coisa e não se esqueçam de bater à porta. Ela está sempre aberta para reafirmar o verdadeiro espírito da amizade.

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