31 de maio de 2006

 

Alarves

Sempre ouvi dizer que assim eram chamados os habitantes de Idanha-a-Nova, por terem mais "olhos que barriga", por serem abrutalhados, invejosos e por fim vem a anedota, por terem comprado um camião para recolha de lixo que não cabia nas ruas. Ao anónimo que tanta força fez para que eu falasse destes alarves, eis o que me ocorre. Se algo mais ocorrer a alguém os comentários estão à descrição. Sirvam-se....

29 de maio de 2006

 

Destaque bibliográfico

Chegou entretanto às minhas mãos este livro, a todos os níveis notável, sobre a história recente de Idanha-a-Nova, da autoria do senhor Padre Adelino Américo Lourenço. A edição foi feita pela Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Idanha-a-Nova.
Trata-se de um escrito assáz interessante começado há 100 anos atrás pelo vigário de então Padre João Affonso Soares. De assinalar para além dos episódios normais numa paróquia a publicação pela primeira vez dos 3 inventários dos bens da paróquia efectuados em 1839, 1887 e 1911.
Sem margem para dúvida um documento a ter em conta em futuros estudos.
Parabéns Padre Adelino

 

Calmões. Enigma por desvendar


Vou relatar um facto que acontece, segundo me informaram, na aldeia de Alcafozes (concelho de Idanha-a-Nova).
Em algumas famílias de sete em sete gerações nasce um membro dessa família com cauda (rabo), e a essas famílias dão o nome de calmões. A que propósito? Alguém consegue levantar um pouco do véu? Tratar-se-à de alguma prática de exclusão social já conhecida em algum lado? Há paralelos? Realmente estou curioso. Na bibliografia da região nada está registado. Se alguém puder ajudar agradecia. A foto foi retirada daqui.

25 de maio de 2006

 

Portados quinhentistas albicastrenses




Foi em 1979 que o Cónego Anacleto Pires Martins, um modelo de bondade e amor ao próximo, publicou um breve inventário dos portados quinhentistas da cidade de Castelo Branco. Foi uma pedrada no charco esse manifesto, simples, mas até hoje a ferramenta mais elucidativa da riqueza arquitectónica da nossa cidade no século XVI. Contou o Cónego Anacleto cerca de 324 portados com características quinhentistas, número esse depois aumentado posteriormente em artigo publicado no Jornal do Fundão no ano seguinte. Verificou haver portas de vários tipos, algumas com lintéis bastante eleborados como a foto documenta. A título de curiosidade a Rua mais densamente povoada deste tipo de portas era a Rua de Santa Maria com 31 exemplares. Não só os havia dentro do recinto amuralhado, mas também já eram presentes em ruas exteriores: Bartolomeu da Costa, Largo de S. João, Arrabaldes dos Oleiros e dos Açougues, Ruas das Olarias, Ruivo Godinho, S. Sebastião, João Carlos Abrunhosa, Ferradura, Mouzinho Magro, Tenente Valadim, Saco e Largo do Espírito Santo, mostrando que a vila, à altura, já tinha saído definitivamente do esparto das suas muralhas.
Hoje, passados que são 27 anos quantos portados resistiram a tantos anos de esquecimento e incúria? Ficaria muito admirado se ainda existissem 300. A zona histórica albicastrense tem sido muito maltratada por todos os poderes, acima de tudo esquecida. Penso que o Cónego Anacleto Martins na sua última morada não estará muito contente com o panorama. E já agora para quando uma homenagem póstuma da cidade a este que foi um exemplo de bondade e bom senso?

24 de maio de 2006

 

Banda da Erada

Cumprimentos da Banda e dos acompanhantes ao festeiro Custódio

Como é da tradição, após a alvorada, a Banda vai dar os cumprimentos a casa dos festeiros, acompanhada por muitos habitantes de Idanha-a-Velha. À porta os festeiros colocam fartas mesas de tudo o que é bom, desde o vinho, ao queijo aos enchidos e ao pão caseiro. A foto documenta esta operação.
Neste ano tivemos a honra de contar com uma Banda de bom nível, muito acima da média do que se vê por aquí, veio da Erada, povoação do concelho da Covilhã. Presenteou-nos com bons acordes durante todo o dia e participou na missa de uma maneira brilhante.
Ao fim da tarde foi cumprimentar os novos festeiros para o ano de 2007.

Á Banda da Erada o nosso BEM-HAJA pela sua arte com connosco partilhou.

23 de maio de 2006

 

Poldras


Poldras em Idanha-a-Velha, retiradas de aqui.

22 de maio de 2006

 

Cruz em Idanha-a-Velha

Numa das pedras da calçada sobressai este curioso cruciforme a que a população apelida de cálice.
 

Festa na aldeia


Neste fim de semana viveu a pequena aldeia de Idanha-a-Velha a sua festa anual em honra de Nossa Senhora da Conceição. Tudo correu bem e acorrereram bastantes forasteiros para assistir aos eventos programados.


Procissão a sair da Matriz














S. Sebastião, ou como é aqui chamado o "Mártil Santo" é o santo dos rapazes solteiros. Contam as crónicas que esta imagem foi encontrada nas ruínas da Catedral. Está muito espintelrrada. Seria interessante fazer um restauro












A Senhora da Conceição padroeira de Idanha-a-Velha e de Portugal

18 de maio de 2006

 

Dia internacional dos Museus


PARA QUE SÉCULO A INSTALAÇÃO DO MUSEU MONOGRÁFICO DE IDANHA-A-VELHA ?

 

Festa em Idanha-a-Velha. E nós PIMBA....


No próximo fim de semana decorrerá a festa anual de Idanha-a-Velha em honra de Nossa Senhora da Conceição. Será abrilhantada por artistas nacionais, haverá tourada artística proveniente do outro lado da fronteira, bombos e banda da Erada (se não me engano), garraiada à vara larga e fogo, muitos foguetes. Já está quase tudo pronto, até as quelhas e os caminhos foram limpos e tapados alguns buracos nas calçadas que estavam abertos há largos meses. Será uma pena que a iluminação da muralha e da zona da Sé não estejam operacionais(não sei porquê) e que a Rua do Castelo irá estar às escuras porque a única lâmpada existente está inoperacional há talvez mais de um mês, e a empresa subcontratada pela EDP não se desloca ao "fim do mundo" só para substituir uma lâmpada. Vejam, uma lâmpada para uma Rua inteira e onde vivem pessoas, mas todos os dias passo por sítios onde não vive ninguém e estão bem repletos de postes de iluminação ligados.
Deixemo-nos de lamentações e vamos de novo falar da festa, mais especialmente dos artistas. Bem populares diga-se de passagem. Na sexta-feira Leonel Nunes, cantor e bebedor afamado residente na Guarda, e para sábado o ícone da musica pimba Nel Monteiro.
Quanto aos monumentos apresentados na foto ficam fora do programa, para além de estarem escondidos, à noite também não existe nesse sítio iluminação pública

16 de maio de 2006

 

Convento de Santo António dos Capuchos de Castelo Branco



O convento de S. António dos Capuchos foi implementado em 1562 pelo aicaide-mor D. Fernando de Menezes. Do convento original pouco ou nada resisterá. O que hoje se vê são o resultado das obras que foram efectuadas no século XVIII. Depois da Lei que acabava com as Ordens religiosas o convento ficou entregue aos militares que o foram descaracterizando até aos dias de hoje. Actualmente é prisão.





Duas imagens dos anos 80 mostram uma parte do claustro, em que arrancaram três lápides e as fixaram na parede. Uma delas é do primeiro bispo de Castelo Branco D. Frei José de jesus Maria Caetano falecido em 1782.
Sem dúvida um monumento desconhecido para os albicastrenses e que merecia outro tratamento e outro carinho.

 

Metropole



Em primeiro plano um sereno rio com uma bela ponte a sobrevoá-lo. Em cima da ponte um aglomerado urbano que parece uma metrópole. Que metrópole será esta? Um doce se adivinharem

10 de maio de 2006

 

Arqueologia em discussão

Aquí discute-se a arqueologia, mas as discussões nunca passam do mesmo. As pessoas continuam a ter medo de chamar às coisas o seu verdadeiro nome. Eu também me incluo. Brincamos às liberdades, mas o que mais interessa fica por dizer, sempre. Nunca mais há revolução nas mentalidades lusitanas, continuamos os mesmos "chicos espertos", desde o tempo do Viriato.

8 de maio de 2006

 

Brazões albicastrenses 1

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Brazão existente nas traseiras do altar-mor da igreja da Graça em Castelo Branco.

5 de maio de 2006

 

Senhora da Granja (Proença-a-Velha)


Situada a alguns quilómetros para norte de Proença-a-Velha, a zona da Senhora da Granja constitui um dos mais importantes pólos arqueológicos do concelho de Idanha-a-Nova. O ponto central é a capela de orago à Senhora da Granja, edifício construído, segundo a tradição pelos Templários. Ainda hoje se notam bem alicerces em volta da ermida, mais exactamente na sua face norte, o que vem dar razão a quem defende uma fundação anterior ao que hoje se vê e que é nitidamente uma construção do século XVI. A porta lateral é de boa talha de bisel chanfrado interrompido por semi-esferas. O portal principal é também ele chanfrado. Metidos nas paredes existem aras e mós romanas, o que nos faz desconfiar estar-mos perante um local onde se pratica culto religioso desde a época romana até hoje. O aparecimento numas construções ao lado da capela em 1978 de uma ara romana dedicada a Júpiter só vem reforçar a nossa desconfiança. Nos anos 80 Rogério Carvalho efectuou escavações nas redondezas mas os resultados nunca foram divulgados até hoje.
Em volta da ermida ainda são visiveis alguns túmulos-arca atestando a medievalidade do local.
Mais longe, não muito, há vestigios de um poço possivelmente de origem romana, assim como caleiras para o transporte da àgua. São bem visíveis igualmente restos de vestígios romanos como tégulas, algumas com a marca LVNI, que aparecem por várias vezes, e outros materiais comuns. Há também a notícia do aparecimento de moedas romanas e eu próprio, em 1984, vi na Aldeia de Santa Margarida numa casa particular de uns pequenos recipientes de ouro que se encaixam uns nos outros, mas de época nebulosa.

4 de maio de 2006

 

Senhora do Almurtão em poema de Eugene Galateanu

Aquí fica o registo com o agradecimento ao colega de Toulões.

A nomeada da Senhora do Almortão chegou às campinas da Roménia.
Eugene Galateanu (Poeta Romeno) deixou-nos uma estranha impressão (surrealista?) do local em que, provavelmente, tem lugar o maior acontecimento religioso da zona raiana.
Senhora do Almortão
Nas grandes cidades solitárias
Nas grandes cidades desertas comigo só na vida
Betão, aço e vidro eu desejo, Horus Deus menor
Eu, o herdeiro
Com o desaparecimento de um animal
Único amigo no caminho
Eu fui a guardiã dos mortos
Senhora do Almortão
Arranco-me do pesadelo
Desejava banir este coração de queixumes
Desejava partir deste cemitério
Esta capela na qual eu não quero entrar
Esta capela em ruinas
Este suave perfume de cadáver
Colunas caídas, do tecto avistamos o abismo
Esta capela onde eu não posso entrar
Esta capela onde não me posso esquecer, o meu estômago revolta-se de espanto
Esta capela onde me decomponho lentamente
Sobre o catafalco.

Este poema foi retirado ao Idanhense, pouco tempo antes dele se ter mudado para aqui. Desencantou-o e o postou-o em Abril do ano passado, também por alturas da Sra do Almortão.
Como este vizinho já não pode ser visitado na morada antiga, pela curiosidade, aqui fica o poema no original.
Senhora do Almortao
În marile oraşe solitare
În marile oraşe pustii, cu mine singurul în viaţă
Beton oţel şi sticlă şi doar eu, Horus, zeu minor
Eu moştenitorul,
Cu disperarea unui animal
Cu drumul singur prieten
Fug de castelana morţii
Senhora do Almortao
Mă smulg din coşmar
Vreau să alung acel cor de bocitoare
Vreau să ies din acel cimitir
Acea capelă, unde nu vreau să intru
Acea capelă, în părăginire
Acel miros dulce, de leş
Coloane căzute, prin tavan se vede hăul
Acea capelă unde nu pot să intru
Acea capelă unde nu pot să mă uit, stomacul mi se-ntoarce de groază
Acea capelă unde mă descompun încet
Pe catafalc.

 

Romarias ou Feiras?

Com o fim de Abril e o principio de Maio, começaram as romarias na raia. Em Idanha a Senhora do Almurtão, a Senhora do Bom Sucesso em Penamacor e a Senhora de Mércoles em Castelo Branco. Eram locais de encontro de fé das pessoas e ao mesmo tempo de divertimento. Longe vão esses tempos. Estas romarias estão transformadas em autenticas feiras onde há de tudo à venda, desde o cabresto até à "banha da cobra". Os fiéis nem sequer podem assistir aos serviços religiosos condignamente, pois a massa de feirantes é tanta que invade literalmente os terreiros defronte das capelas. Para além disso se se escolhe um local mais afastado para ouvir a missa corre-se sempre o risco de nada se poder ouvir, pelo barulho dos mesmos feirantes. Penso que deveriamos reflectir na passagem da Bíblia em que Jesus Cristo destroi e expulsa os mercadores do Templo. Era bem feito, sim senhor.

3 de maio de 2006

 

Dores d'alma

No extinto jornal POVO D'IDANHA, fundado e liderado pelo saudoso Jaime Lopes Dias li uma notícia que me deixou curioso. Trata-se da morte de uma menina de nove anos, ocorrida a 23 de Setembro de 1915. Por casualidade a data de nascimento coincidiu com a morte, apenas separada por nove anos (1906).
Era a moça de nome Maria Alice Manzarra Marrocos, filha do morgado de Idanha-a-Velha, António de Pádua Marrocos e de sua esposa Emília Capelo Manzarra Marrocos.
O artigo de jornal foi efectuado pelo pároco de Idanha-a-Nova Sebastião dos Reis Caroço e também inserido no Jornal um poema da autoria de algum conhecido de nome Mário.
Sem dúvida este acontecimento foi acompanhado por uma grande onda de pesar que atingiu a Familia e os Amigos.
Esta menina se não me engano seria tia da Drª Maria da Graça Sampaio Marrocos Vital, que actualmente administra a Casa Marrocos e é a actual Presidente da Direcção do Centro de Dia e Apoio Domiciliário de Idanha-a-Velha.

2 de maio de 2006

 

Museu Cargaleiro. Pólo de Castelo Branco


Situado em plena cidade medieval, na Rua dos Cavaleiros, o pólo de Castelo Branco do Museu Cargaleiro surpreendeu-me pela positiva. Como primeiro factor de mérito está o facto de se ter restaurado um velho palacete setecentista e acima de tudo ter-se-lhe dado uma função. O grande mal dos nossos monumentos é que depois de restaurados muitas das vezes são deixados ao esquecimento. Foi uma pena que nos anos 70 do século passado tenham destruído a capela do palácio. Penso que existe um filme efectuado pelo inesquecivel Ernesto Pinto Lobo que mostra a destruição da capela. Infelizmente não sei onde o mesmo está.
O interior deste Museu está muito bem restaurado e bem adaptado para a função que lhe é dada hoje. Apreciei com agrado as cerâmicas de mestre Cargaleiro, que não conhecia. Se tivesse dinheiro, investia algum.

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