27 de outubro de 2006

 

Pontes e pontes


Ponte da Meimoa, em tempos denominada de romano-medieval-filipina, tem as caracteristicas gerais de várias dezenas existentes na Beira Interior. Quase todas as monografias as apelidam de romanas, mas de romanas possuem muito pouco, por vezes apenas os materiais reaproveitados de obras que os romanos efectuaram. Os romanos eram muito pragmáticos e não se punham a fazer pontes com a mesma velocidade com que os nossos autarcas constroiem rotundas, pelo que são raras as pontes romanas verdadeiramente identificadas até em solo nacional.

Ao fazer a referência a esta ponte neste meu espaço, é acima de tudo o reconhecimento de um monumento bem cuidado e bem enquadrado. Lembro-me que há já muitos anos esta ponte e a sua envolvencia eram uma autêntica lixeira e uma mata pegada de ervas daninhas. Felizmente hoje está diferente, para melhor. É um espaço muito agradável, para tomar o sol e relaxar. Estão pois de parabéns os autarcas penamacorenses.

Onde eu moro existe outra ponte com as mesmas características, mas a realidade é bem diversa. Ninguém acode à ponte velha de Idanha-a-Velha, mas ela lá vai aguentando, talvez por não muito mais tempo.

Todas as comparações podem ser válidas e assumidas.

25 de outubro de 2006

 

Patrimónios flutuantes: A irrequietude das pedras

O texto que se segue não é da minha autoria, pertence a um Amigo meu, que acedeu a que eu o divulgasse neste espaço, ao mesmo tempo que sai no semanário albicastrese Gazeta do Interior. A ler e meditar...


O transporte de epígrafes da zona onde foram encontradas para outras regiões do País foi prática assumida desde os finais do século XIX até à primeira metade do século XX. Suportes de chantagens políticas, símbolos de afirmação de poderes; agentes de promoção de redes de influências, objectos vendáveis em lucrativos negócios; elementos decorativos de jardins afirmativos do ‘status’ da nobreza oitocentista, marcador etnogenético de ideologias, ponte para sonhadas aproximações aos areópagos culturais de então - para isto e muito mais serviram os monumentos epigráficos da Beira. Estas ‘estranhas’ patrimonializações imbricadas à epigrafia lusitano-romana beiroa e os vários discursos científicos e literários produzidos constituem um capítulo peculiar da nossa História Cultural merecedor de aprofundado olhar. “Não os fui expoliar; mas as lápides que lá colhi, valorizam-se mais por virem para um museu nacional“ justificava-se Félix Alves Pereira que, “em proveito do Museu Ethnologico Português”, fez transportar para Lisboa, entre 1904 e 1910, dezenas de monumentos.“Tirar os objectos do local de origem e mandá-los para outro museu é roubar á própria região elementos de estudo, que há toda a vantagem em fazer in loco”, escreveria anos depois Paiva Pessoa, segundo director do Museu de Castelo Branco. De autoria de Ana Paula Ferreira foi, em 2004, editada pelo Instituto Português de Arqueologia, a obra Epigrafia Funerária Romana da Beira Interior: Inovação ou Continuidade?, que reproduz as conclusões alcançados no trabalho que apresentou à Universidade de Coimbra no âmbito do mestrado em Arqueologia Regional. Trata-se de uma magnífica dissertação que nos proporciona uma autêntica e aliciante aproximação aos diversos sentimentos e atitudes perante a morte gravados no suporte geológico pela sociedade que, há dois mil anos, viveu na Beira interior. Geografia onde pulsou a civitas Igaeditanorum, cuja capital foi Igaedis, a primeira afirmação verdadeiramente urbana da História da região onde enraízam as origens da actual aldeia de Idanha-a-Velha. Pela sua relação com Castelo Branco chamou-nos a atenção a epígrafe n.º 236 do catálogo: CAVDICVS . AMMINI . F / SIBI . ET . VXSORI. / CASINAE . CATUTENI, isto é: “ Caudico, filho de Amino, mandou fazer para si e para a sua esposa, Casina, filha de Catueno.” Segundo Tavares Proença Júnior, fundador do Museu de Castelo Branco, esta inscrição encontrava-se em 1907 “metida como material numa ombreira de portado rústico” nos arredores da cidade. Através das suas notas de investigação sabemos que Tavares Proença a copiou e efectuou um molde de gesso da epígrafe em Abril de 1907 e que só a 14 de Novembro de 1909 daria entrada no Museu.. No catálogo da exposição “minimalista” (assim caracterizada pelos seus organizadores) arqueologia: colecções de francisco tavares proença júnior (não entendemos porquê a ausência na mostra da arqueologia medieval e, principalmente, da epigrafia portuguesa, campos em que também Tavares Proença foi pioneiro regional), o Professor Dr. Amílcar Guerra, responsável pela enquadramento do núcleo epigráfico reunido pelo fundador , lamentou: “Uma outra que atesta o raro antropónimo Caudicus, proveniente dos arredores de Castelo Branco, encontra-se actualmente perdida.”. Perda que havia sido já apontada, em 1979, por José Manuel Garcia no seu ensaio Epigrafia e romanização de Castelo Branco: “Esta inscrição foi dada, por engano de D. Fernando de Almeida que a não viu, como sendo de Idanha-a-Velha, o que originou várias incorrecções nas publicações posteriores”. Efectivamente, a inscrição de Caudicus corresponde ao n.º. 56 do Corpus Inscriptionum Igaeditanorum da obra Egitânia. História e Arqueologia (1956) de Fernando de Almeida. Este autor apresentou, contudo, um alinhamento distinto do da primeva fixação do texto. A pontuação triangular, indicada por Tavares Proença, não foi respeitada, informando Fernando de Almeida quanto ao seu paradeiro não saber onde a mesma, então, se encontrava. Anos mais tarde, em 1985, na recensão saída na revista Conimbriga ao trabalho de José Manuel Garcia Epigrafia Lusitano-Romana do Museu T.P.J.( 1984), o Professor Dr. Vasco Mantas, ao lamentar a não inclusão no estudo de algumas inscrições dadas à data como desaparecidas do Museu albicastrense, comentou:“Teria sido necessário transcrever todas as que do Museu foram transferidas para Idanha-a-Velha, pois é na velha Egitânia que aquela ( refere-se à inscrição de Caudicus e de Casina), como estas, se encontram; assim fica resolvido o problema do paradeiro desta epígrafe”. Pois pelo lido não ficou. Carecem, então, de fundamento as afirmações expressadas por Paula Ferreira no seu trabalho relativas à inscrição de Caudicus: “Desconhece-se a sua proveniência exacta.” ou “A tipologia do monumento indicia que ela seja originária de Idanha.” Não é. É sim originário dos arredores de Castelo Branco. Mas quando e porquê é que a inscrição foi transportada para Idanha-a-Velha? Só descortinamos a hipótese da movimentação ter sido efectuada durante a direcção de D. Fernando de Almeida do Museu albicastrense, exercida entre 1963 e 1973. Já tivemos, noutra ocasião, a oportunidade de apontar as principais coordenadas da estruturação museológica desenvolvida no sudeste da Beira por Fernando de Almeida durante esse decénio. A partir da conjugação das realidades patrimoniais de Idanha-a-Velha com as do Museu de Castelo Branco, que entretanto tardava em ser reinstalado no antigo paço episcopal, revelar-se-iam algumas das temporalidades e das expressões materiais “do que tem sido a vida do povo do distrito de Castelo Branco, ao longo dos séculos, diremos antes, dos milénios(...). Chamemos-lhe povo egeditano”. E neste objectivo, a reconstrução da colecção epigráfica lusitano-romana de Idanha-a-Velha foi para D. Fernando de Almeida tarefa prioritária. Escreveu o erudito arqueólogo:“Concluídas as obras de restauro da Catedral, o Sr. Frederico Marrocos, (...) autorizou a passagem das lápides, ao todo 92, para o novo museu que resolvemos instalar no templo “rejuvenescido”. Àquele número, conseguimos juntar, (...), as lápides que tinham sido levadas para outros museus».Terá sido durante esse ‘repatriamento’ da epigrafia egeditana que a lápide albicastrense, inadvertidamente, foi levada para Idanha-a-Velha. Somos devedores a D. Fernando da idealização e da criação em Idanha-a-Velha da maior colecção epigráfica do Portugal romano. Contudo, e a bem da verdade histórica, este impressionante conjunto de fontes está longe de formar a “maior colecção epigráfica da Europa”, devaneio pseudo-identitário reproduzido à exaustão por guias turísticos de ocasião e por escribas ignorantes em páginas net de organismos oficiais. Nesta circulação de materiais epigráficos e de outra natureza há situações de ‘potlach’ geo-arqueológico que hoje não se compreendem. Do que constituiu uma atitude provisória assumiu-se um carácter definitivo. Apenas dois exemplos. A estatueta de azinho encontrada na década de sessenta em Idanha-a-Velha, que representa um personagem togado, raro exemplo peninsular de plástica romana concebida neste tipo de matéria, continua nas reservas da instituição albicastrense. “Para mais segurança, depositámo-la no Museu de Castelo Branco e lá ficará até ser construído o Museu Monográfico de Idanha-a-Velha” anunciava, em 1973, Fernando de Almeida. Porquê? E o segundo, a ara dedicada aos Lares Cairiensibus encontrada na Nave Aldeã, propriedade rural da Zebreira (Idanha-a-Nova), com outra anepígrafa, em 1956. Em 1972, a peça veio do Museu Lapidar Igeditano de Idanha-a-Velha para as salas do Museu Tavares Proença reinstalado no antigo paço episcopal da cidade. Porquê e para quê?Agora que a museografia egeditana é cada vez mais virtual, julgo ser importante para a História da cidade que o monumento de Candicus e de Casina seja devolvido a Castelo Branco, pelas suas especificidades onomásticas e históricas reveladoras do estrato romano do sítio onde a cidade cresceu. Depois da irrequietude da pedra, e parafraseamos Vítor Oliveira Jorge, continuemos a sentir o respirar histórico, em toda a materialidade, deste ‘tosco bloco’ de granito gravado com milenar cultura.

Pedro Miguel Salvado


 

Carregos: contrabando na raia central


Cabanas, António

Carregos: contrabando na raia central / António Cabanas. -Barcarena: Artemágica, 2006. -228 p

Este é um livro sobre a temática do contrabando na Beira Interior, projecto este apoiado por 8 câmaras municipais dos distritos de Castelo Branco e da Guarda ( Almeida, Belmonte, Castelo Branco, Fundão, Guarada, Idanha-a-Nova, Penamacor e Sabuga), Governo Civil de Castelo Branco e Região de Turismo da Serra da Estrela.

O autor é natural da Meimoa, concelho de Penamacor, onde veio ao mundo em 1961, e exerce presentemente as funções de vice-presidente da Câmara Municipal de Penamacor. Na formação académica apresenta uma licenciatura em Sociologia pela Universidade da Beira Interior.

Bom de se ler é mais uma achega para o conhecimento das relações trans-fronteiriças nesta região.

24 de outubro de 2006

 

Pintor Passos Mauricio. Que foi feito de ti?

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O autor deste quadro viveu algum tempo em Idanha-a-Nova, Castelo Branco e segundo uma informação não confirmada no Brasil. Possui quadros no Museu de Castelo Branco, e este está na sacristia da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição de Idanha-a-Nova.

O que terá sucedido a este pintor, qual o seu trajecto. Alguém conhece mais quadros dele.

Renovo o apelo já anteriormente feito no Idanhense, e espero, agora, com melhores resultados.

23 de outubro de 2006

 

Actualização do Template

Para limpar um pouco o template, que está a ficar muito cheio, vou fazer desaparecer os links dos blogs que não tenham feito permuta com o meu e que não postem desde o mês de Abril, inclusivé.
 

Castelo Branco 1971


Apontamento de publicidade inserido no livro das Comemorações do Bicentenário: 1771-1971, da elevação de Castelo Branco a cidade. Aí estão o Arcádia e o Aviz, cafés da nossa infância e juventude. O trânsito era fluente e raro. Não havia dificuldade em estacionar e o centro da cidade era quase uma pista. Como hoje é diferente, há poucos carros pois o trânsito, e bem, foi retirado do centro e abertas novas avenidas periféricas. Foram também feitos tuneis que esventram o centro da cidade e onde é possível estacionar nos seu parque subterrâneo, desde que não chova, como aconteceu ontem, pois os mesmos ficaram inundados, tal foi o diluvio.

21 de outubro de 2006

 

Exposições temporárias

Desde há alguns dias está patente na Sé da Egitânea uma exposição de arte moderna da autoria de António Mira. Já visitamos a exposição, mas infelizmente devem contar-se pelos dedos de uma mão os habitantes de Idanha-a-velha que a visitaram. Tal deve-se a dois factores. O primeiro foi a quase nula divulgação da mesma nos meios de comunicação e a segunda, talvez a mais forte, é o desinteresse por este tipo de amostra por parte da população. Em abono da verdade, este tipo de exposição nem se enquadra neste tipo de monumento nem neste tipo de público.

Hoje irá ser inaugurada no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, uma outra exposição da autoria do saudoso Mestre Barata Moura,adorável velhinho que eu já não vejo há mais de 20 anos. Possivelmente esta exposição a ser em Idanha-a-Velha iria chamar à Sé muito mais gente, e esta gostaria de ver os quadros e melhor que isso iria compreendê-los. Mas não, insistem em atirar "pérolas a porcos", insistem num género de arte que está desfazado do local onde está posta. Aliás duplamente desfazado, a população não alinha e está perdida num espaço que não foi feito para este género de arte. A exposição está perdida no interior frio da Sé.
Não podemos deixar de voltar a relembrar que esta última intervenção do IPPAR na Sé lhe descaracterizou o interior, ao lhe arrancar as inscrições romanas. Por favor voltem atráz e ponham as epigrafes de onde nunca deveriam ter saído. Voltem atráz, por favor, não sejam teimosos.

17 de outubro de 2006

 

Civitas Igaeditanorum: os deuses e os homens

Hoje, depois de ter lido esta tese de mestrado, creio que foi atingido um dos objectivos que me levaram a enveredar pelo caminho dos Blogs. Os Blogs vieram dar voz a muita gente que se encontrava amordaçada, mesmo assim todos os dias se assiste ao ataque velado, aos editores dos Blogs, utilizando as maneiras mais subtis e vergonhosas, e depois vêm dizer que em Portugal existe liberdade de expressão. Existe liberdade de expressão só para bater palmas a quem está na mó de cima, e já nem sequer olho a cores políticas, pois eles, políticos salvo raras excepções são todos iguais, uma merda.

Peço desculpa por este desvairo, originado em experiências pessoais, e volto de novo à realidadade deste meu post de hoje. Já no antigo Idanhense me tinha fartado de pedir a publicação do "corpus" da epigrafia de Idanha-a-Velha. Eu sabia que os trabalhos estavam avançados, mas infelizmente parados há cerca de 20 anos. Para minha surpresa, feliz, certo dia entra em contacto comigo a autora desta tese, no sentido de a ajudar eventualmente naquilo que fosse preciso. Fiquei contente, só não mandei um foguete, pois não sou pirotécnico, nem aspirante. A epigrafia da Egitânia estava a mexer, enfim um objectivo alcançado.

Civitas Igaeditanorum: os deuses e os homens é um exercício de coragem e de saber. Ao longo das 272 inscrições romanas que compõem esta tese fica expressa a riqueza patrimonial desta região e a capacidade da autora em lidar com tanta informação e a sintetizar num curto espaço de tempo. Existem algumas lacunas, poucas, mas ainda não conheci nenhum trabalho perfeito e definitivo. Agora falta a publicação, que acreditamos ser em breve a dar fiança em notícias saídas a lume em jornais regionais.

A Ana merece estas singelas linhas que estou a "botar", não se trata de palavras de circunstância, mas o reconhecimento de um ardúo labor, provado na escrita e não decretado por qualquer meio de autoridade. Ana, muita saúde, e um último pedido, não largues a epigrafia, pois esta está faminta de ti.

Breve ficha bibliográfica

, Ana Castilho Marques de

Civitas Igaeditanorum: os deuses e os homens
/ Ana Castilho Marques de Sá. - Coimbra: Faculdade de Letras: Instituto de Arqueologia, 2005. -190 f. + anexos. -Disertação de Mestrado em Arqueologia, especialização em Arqueologia Regional, sob orientação do Professor Doutor José d'Encarnação, apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

16 de outubro de 2006

 

Bibliografia arqueológica sobre arte rupestre



Acabou de ser editado pela Junta de Castilla y León, um admiravel estudo sobre a arte paleolítica ao ao ar livre, da autoria de J. Javier Alcolea González e de Rodrigo de Balbín Behrmann. Trata-se como já realcei de um estudo a todos os níveis notável sobre esta temática, num local muito perto da fronteira portuguesa. Por estes motivos, aconselho uma leitura de este impressionante documento. Segue uma breve ficha bibliográfica.


ALCOLEA GONZÁLEZ, J. Javier
Arte paleolítico al aire libre: el yacimiento rupestre de Siega Verde, Salamanca / J. Javier Alcolea González, Rodrigo de Balbín Behrmann. -[Valladolid]: Junta de Castilla y León, 2006. - (Arqueología en Castilla y León; 16). - 422 p

15 de outubro de 2006

 

Calinadas recentes

Num livro sobre Alcains vem esta frase: "Pires Nunes crê que uma das torres desaparecidas(de Castelo Branco), Torre de Menagem, seria do tempo de D. Dinis (XIII/XIV)construída por altura das lutas fernandinas contra castela", Florentino Vicente Beirão, História de Alcains, 1, Coimbra, 2003, p.77. Afinal de que reinado é a torre?

A outra ouvi a uma pessoa com muita responsabilidade na cultura do concelho de Idanha-a-Nova, dizendo, sem qualquer tipo de remorso que o rei Wamba era pastor antes de ser escolhido para ser rei dos visigodos. Afinal os pastores na altura eram bastante letrados, pois este até esteve na abertura do testamento de S. Martinho de Dume.
Senhores "dotóres" tenham tento na palavras e não digam a primeira calinada que lhes surgue no entusiasmo do momento, deixem-se de localismos baratos e folclóricos. A história é uma ciência exigente, não façam dela uma emaranhado de lendas e factos semi-reais, em que ninguém se entende. Espero que tenham sido lapsos momentâneos, para bem da história regional.

11 de outubro de 2006

 

Pedras boazonas, mas......

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Magníficas colunas compositas que existiam no Monte de Cafedes (Monsanto da Beira), mas infelizmente foram roubadas. É verdade, roubadas. Por quem? Não sei; para quê? Para negócio, é claro. Por estas bandas tudo o que é objecto antigo é passivel de fazer dinheiro. Assim vai o património cultural deste país.
Alguém se interessou por investigar o roubo? Falou-se que a Polícia Judiciária tinha tomado conta do caso, mas nada. Já lá vão alguns anos.

10 de outubro de 2006

 

A roda dos Expostos




















A roda, essa Instituição quase secreta.

Em Almeida, este magnífico exemplar, possuindo epigrafe do século XIX. Mais um dos pontos obrigatórios a visitar

9 de outubro de 2006

 

Por cá também temos os nossos fundamentalistas

Até à algum tempo atráz, o tema dos fundamentalismos religiosos eram para mim um motivo de só menos importância. Possivelmente e só posteriormente ao 11 de Setembro eu e o mundo começamos a olhar com outros olhos este fenómeno.
A nível dos fundamentalistas cristãos, até hà pouco tempo apenas os chamaria de beatos ou beatas, quase sempre falsos. São em geral gente que está sempre na igreja, por estar e não por convicção. Geralmente nunca leu uma página da Bíblia e pensa que todo o arrosoado de leis canónicas está lá. Pensam que foi Jesus que disse que não se pode comer carne à sexta-feira ou que se deve pagar a congra ou ir imperetrivelmente à missa no domingo. São por assim dizer fundamentalistas salazarentos e ignorantes. São adeptos confessos do criacionismo, aliás nunca ouviram falar de Darwin, só de Adão e Eva nos bancos da catequese. São violentos e vingativos e têm sempre razão. Ao fim ao cabo dá vontade de perguntar o que anda essa gente a fazer sempre dentro da Igreja. Estão por estar, estão para controlar quem lá vai, o que leva vestido, se canta ou reza. Quando saiem estão sempre a idealizar tácticas para lixar o parceiro. Estes são os cristãos modelo que por cá temos. Não sabem nada, não percebem a mensagem de Cristo, são o resultado de séculos de Inquisição e de ditadura cultural, religiosa e cívica. Não gostam de discutir nada, nem precisam porque já têm a sua razão e essa é inquestionável.
Enfim são estes os católicos que por cá temos, não tão violentos como os muçulmanos, mas o lume está em banho-maria, à espera de um maluco qualquer que o incendeie.

6 de outubro de 2006

 

Visita a Almeida





Ontem, juntamente com a Amigo Zé Henriques e as nossas caras metades, fomos visitar Almeida.
Tenho a dizer que fiquei muito impressionado com aquilo que vi e vivi. Já há muito tempo que não passava uma tarde inteira a andar em cima de muralhas e a ver monumentos militares e civis com a grandiosidade destes. As casamatas são um monumento espantoso, as muralhas. as portas os fossos, etc, etc, tudo me encantou. Mas nem tudo está bem, era utópico pensar numa perfeição. Nota-se alguns sinais de vandalismo como o que reporta uma das fotos.
Foi uma tarde bem passada e não me importei minimamente de andar tantos quilómetros. QUE ESPECTÁCULO, digno de se ver e rever daquí a algum tempo.

4 de outubro de 2006

 

Alfredo Pérez Alencart faz poema sobre Idanha-a-Velha

TIERRAS DE IDANHA

En un meandro del Ponsul la vieja ciudad enseña el rostro

de lo que otros tallaron compartiendo soles y panes fríos.

El fresno del rey Wamba se alza entre multitud de piedras.

¿Acaso existen las ausencias puras? Con el ojo abierto

ante la piel de la historia se salva la ceguera del día.

Así se unen extremos donde el mismo espacio

se borra y se aclara.

No se trata del regreso al lugar de un rey vivo

sino de pensar luz para que ella se funda con lo otro

que luego haremos surgir en la mirada.

Ya con la idea en los ojos

podemos juntar todas las edades de Idanha a Velha.

Alfredo Pérez Alencart



Alfredo Pérez Alencart nasceu em 1962, em Puerto Maldonado no Perú. Desde 1987 é professor de Direito do Trabalho na Universidade de Salamanca. Também é director do Centro de Estudos Ibéricos e Americanos de Salamanca, da Sociedade de Estudos Literários e Humanisticos "Alfonso Ortega Carmona"e da revista "El cielo de Salamanca". Em poesia publicou "La voluntad enhechizada"(2001), de que existe tradução em portuguesa, efectuada por António Salvado em 2004, "Madre selva (2002), "Ofrendas al tercer hijo de Amparo Bidon (2003) e Itenerario de los huéspedes (2005).
Acaba de ser eleito como Académico da Academia Castellhana e Leonesa de Poesia. ( Elementos retirados de "Cánticos de la frontera = Cânticos da franteira: poesía y arte,Coord. e trad. de Alfredo Pérez Alencart e António Salvado, Trilce Ediciones, Salamanca, 2005
 

A azeitona já está a ficar preta

Já começaram por estes dias, a caça e a colheita da azeitona. A caça há pouca. Azeitona há bastante. Por agora colhe-se a azeitona para retalhar e para adoçar, a restante para azeite, só lá mais para o mês de Novembro / Dezembro. É nesta altura em que os médicos de província têm menos pacientes, mas também é nesta altura em que ocorrem mais acidentes, devido a quedas.
Enfim, não há bela, sem senão...

3 de outubro de 2006

 

Sepulturas escavadas na rocha

Sepulturas escavadas na rocha no aro da capela de S. Pedro de Vila Corça, em Monsanto da Beira. Pela Beira Baixa existem algumas centenas de monumentos deste tipo, disseminados, especialmente pelos concelhos de Castelo Branco e Idanha-a-Nova. Aparecem geralmente de volta de ermidas e capelas e em sítios onde existem vestígios romanos, embora sejam classificadas cronologicamente na Idade Média. Nos distritos da Guarda e de Viseu estão muito bem estudadas, na Beira Baixa, nem tanto. O seu estudo e localização são urgentes, numa altura em que tudo se destrói em nome de nada.

2 de outubro de 2006

 

Eu pecador (desconhecedor) me confesso

Há alguns dias a esta parte difundi um post, perguntando o porquê da não vinda da exposição da ARA sobre 25 sítios arqueológicos da Beira Interior, a Idanha-a-Nova como estava previsto em Janeiro deste ano. A exposição estava ser prevista no Centro Cultural Raiano.

A bendita exposição afinal sempre esteve presente em Idanha-a-Nova, mas noutro local, a Biblioteca Municipal.
Enfim, sou o primeiro a lamentar não ter visto a exposição, pois queria escrever umas linhas sobre ela, tendo inclusivé declinado convites das Câmaras Municipais de Castelo Branco e Fundão para estar lá presente na inauguração, sempre com o intuíto de estar presente , ou na inauguração ou noutro dia em Idanha-a-Nova.

É claro que não recebi qualquer convite para a inauguração. Sei que estou banido do circulo cultural idanhense por ter a coragem de dizer algumas verdades e não fazer vassalagem a quem o não merece por motivos éticos ou científicos. Mas mesmo assim ainda podia ter visitado a exposição noutro dia, mas a divulgação do evento foi tão escassa (se é que houve) que passou completamente despercebida, nem sequer nos jornais regionais li nada a respeito. Só por mera casualidade a conseguiria ver...

Enfim foi uma exposição secreta, só aberta aos ilustres personagens da "coltora alarva".

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