17 de maio de 2007

 

Cócegas Culturais




Anda por aí o cartaz do programa, que aqui reproduzimos, de animação das aldeias históricas situadas no nosso concelho, Monsanto da Beira e Idanha-a-Velha. As actividades de Monsanto já tiveram lugar. As previstas para Idanha-a-Velha serão este fim-de-semana. Bom. Comecemos. O que é isto do Programa de Animação das Aldeias Históricas? È uma treta oriunda dos responsáveis nacionais pelo dito cujo programa. Como há umas massas para, ainda, gastar originam-se umas coisitas de índole cultural. Os indígenas agradecem a benesse e a “oferta”. O que é preciso é animar a malta lá diz a canção do Zeca. Personalidade que, este ano, também foi domesticada na animação monsantina. Até andam para aí a apregoar a edificação da casa museu José Afonso em…Monsanto da Beira. A razão evocada também é sublime. O malogrado e saudoso Zeca terá comprado um pardieiro em ruínas na vetusta aldeia com a intenção de reedificar uma casota de refúgio mental. Por várias razões não fez. Vai ser agora. A Câmara vai apoiar a reconstrução da casa memorial afonsina realçando todas as ligações entre o compositor e o concelho, nomeadamente a sua versão da Senhora do Almortão… Enfim. Realmente domesticações, manipulações e aproveitamentos culturais é o que por cá tem mais abundado. È que as datas desses ditos programas culturais coincidem sempre com os dias das festas locais, há já tanto tempo instituídas. O que se comemora em Idanha-a-Velha é a Festa de Nossa Senhora da Conceição. Não a animação projectada pelos dos doutos planificadores. Reparem, por exemplo, como é que a procissão à Senhora se confunde com os passeios de burro, os tiros ao arco, as zarabatanas… Não é a mesma coisa sabem. O programa para Idanha-a-Velha é bom. Muito bom mesmo. Na sexta temos o espectáculo de Luísa Amaro e quem é a senhora? Luísa Amaro “Estudou Guitarra Clássica no Conservatório Nacional de Lisboa com o Prof. Lopes e Silva.

Em 1993 estudou em Barcelona, com a guitarrista Argentina, Maria Luísa Anido.

Em 1994 começou a tocar com o Mestre Carlos Paredes, que acompanhou em centenas de concertos por todo o mundo, interrompendo essa actividade em Dezembro de 1993.

Leccionou na Escola João de Deus em Lisboa (1989-1983) e frequentou em Castres, França, o curso Internacional de Guitarra com o guitarrista Argentino Roberto Aussel.

Desde 1996 que se dedica à guitarra Portuguesa e ao estudo como autodidacta, actividade que desenvolve em colaboração com João Bengala e João Courinha, com o objectivo de criar novas sonoridades e um novo repertório para este instrumento profundamente português.”

Os X Festival de Folclore das Adufeiras de Idanha, o teatro do Vàatão sobre o nosso rei Wamba também prometem. Não há rancho em Idanha-a-Velha, mas vai ser bonito ver os meus idosos vizinhos recordarem as suas musicalidades de antanho. Já espectáculo “ Clássicos para Crianças”, com o coro Belgais e o da Fundacion Caja Duero é que se destinará a que público? Acontece que em Idanha-a-Velha só há 3 crianças entre o 1 e os 15 anos numa população residente que não chega à centena de habitantes.

Mas está muito bem. O público virá de fora e não sejam ingratos a esta oferta animadora. Afinal já só faltam 363 dias para a animação dos burros e afins voltar à aldeia. È uma questão de ir esperando… em silêncio, em desertificado silêncio cultural.

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