11 de fevereiro de 2009
O Tronco
Não dá para acreditar. E não dá, por tudo. Pelo caricato da situação, pelas instituições envolvidas, pelo desplante das justificações, pela falta de pejo, pela arrogância, pela falta de vergonha. Acima de tudo pela grande vergonha que é o facto do “roubo” deste espécie único da património geológico da região.
O que andam ou andaram a fazer os técnicos e os responsáveis pelo GEOPARQUE do Tejo que como se sabe é uma importante fonte não termal…, empregadora da região. Entre os prémios, as menções honrosas, as viagens de estudo pelo mundo fora, os almoços, as galas de trabalho, os congressos e os passeios geológicos, que ocupam sempre tantas fotografias e mancha no jornal paroquial da cidade, não vigiam, o “seu”- nosso património”? Como foi possível isto ter acontecido?
O tronco, fóssil datada com cinco milhões de anos, há já muito tempo que era conhecido. Mesmo muito antes do GEOPARQUE.
Na notícia, retirada do Diário XXI, para além do choradinho da Senhora presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, vale a pena reter duas coisas. A justificação do proprietário e a do responsável cientifico pelo Geo Parque , o geólogo Carlos Carvalho:
Quanto ao primeiro é Portugal no seu melhor. Tal como alguns políticos que em relação ao património só utilizam o verbo, também o proprietário diz: “Estou-me a borrifar para o calhau”. Pelos vistos o Sr. Geólogo, rosto de toda uma equipa, também não lhe terá ligado lá muito. E que tal uma borrifadela nestes funcionários … públicos que justificam os roubos de património público, por motivos de decorações de jardinagem?.
O fóssil milionário
As declarações do Sr. Dr. Carlos Carvalho ao Diário XXI exaltam-nos. E no bom sentido pelo valor económico que é atribuído ao património geológico da região. Talvez assim se combata a crise. Obrigado, então, por este serviço público quando indica, o valor comercial do tronco fossilizado, agora desaparecido. Roubado ou vendido, o mistério continua?
PS- Quanto é que valem as trilobites e bilobites de Penha Garcia?
Foto do Geopark Naturtejo
Etiquetas: Património geológico, roubos
Mais um arrombo no património da região.
Vamos lé ver sde o "tronco" não é encontrado algures numa lareira ... com o frio que vai.
Ainda não percebeste que, o que esta rapaziada do Geoparke quer é ganhar os guitos e mais nada. Eles são bons mas é para aparecerem nas televisões e nos jornais.
Um Abraço
Bem diz a recente Plataforma para o Património Cultural, a política cultural portuguesa está esquizofrénica!
Bom, em primeiro lugar defendo que cada um de nós tem direito a expressar as suas opiniões, mas também acho que ao fazê-lo deveríamos ser mais rigorosos.
Assim, acho que o autor, comentadores e público em geral deveriam "investigar" melhor o que é o Geoparque Naturtejo e quais os seus deveres e direitos (nos quais não se incluem a apropriação em nome próprio de bens particulares sem o consentimento dos respectivos proprietários).
Já existem dois troncos propriedade da CMVVR portanto, se fosse tão simples como ir buscar o tronco considerado como o mais importante(com ou sem autorização) não acham que já lá tinham ido?
Mais uma nota: se o Geopark Naturtejo tivesse uma feira de fósseis não estaria com certeza sob os auspícios da UNESCO...
E agora pura curiosidade: Trilobites em Penha Garcia? Onde? (aqui está mais um bom assunto de pesquisa).
Gostava de chamar a atenção da Rita, e todos os restantes leitores de que, o Geopark mesmo estando sob os auspícios da UNESCO, permite que em Penha Garcia exista uma rotunda onde esta exposto um belo e grande fóssil de trilobite. Que para além de estar completamente descontextualizado, sofre diáriamente a erosão e consequente destruição a que foi submetido (pois, corre sob este permanentemente a água que também esta dentro da dita rotunda).
Será que estes procedimentos são válidos para uma entidade desta natureza?
Parece-me que aqui, não se pode falar em desconhecimento, é uma obra pública, e que está à vista de qualquer um, para grande infelicidade do património geológico e natural!
http://cidadaniacsc.blogspot.com/2008/11/candeeiro-belle-poque-procura-se.html
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