13 de maio de 2008

 

A governação



Já sabemos que nos vão chamar de tudo: invejosos, maldicentes, frustados, perigosos, que não temos nada a ver com isto, que andamos a meter o bedelhos em coisas perigosas, que devíamos estar calados, que na próxima logo nos metem na ordem, que nos vão aos colarinhos, que somos destabilizadores, contra do sistema, que somos uma cambada de tipos filhos deste e daquela, etc, etc, etc. Pois bem não somos nada disso. E falarmos disto aqui neste Blog justifica-se pelo seguinte: os factos apontados são importantes fontes para a História Contemporânea do interior de Portugal. É interessante registar, para compararmos, quanto é que ganha um autarca de um concelho desertificado com um trabalhador médio, trinta e quatro anos depois do 25 de Abril. Para além, é claro, que a lugares públicos, contas públicas. O assunto não pode nem deve ser privado encarado como se fosse um segredo. Não o é.

No jornal Publico de ontem, com o título «Autarcas não são muito ricos, mas alguns não se governam mal», saiu uma importante peça de autoria do jornalista José António Cerejo, onde se definiu um perfil (rico ou remediado…) dos presidentes de câmara a partir das suas declarações ao Tribunal Constitucional. As conclusões e visões são várias. Uma desde logo é esta: a maioria dos senhores autarcas não é especialmente rica. Realmente, há de tudo desde os 11 mais «ricos» até aqueles que recebem só entre os 100 mil e os 200 mil euros ao ano. E foi nesta fatia que encontramos autarcas cá da região, como foi o caso do Sr. presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco, o idanhense e ex- Presidente da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova, mais conhecido por Joaquim Morão ( o nome completo e, portanto fiscal, do autarca é Joaquim Sá Morão Lopes Dias).

Escreve-se na peça: « No segundo lugar encontra-se Joaquim Morão (PS), o bancário de 63 anos, autarca de Castelo Branco, que em relação a 2005, declarou 179.533 de trabalho dependente e 43. 264 euros de pensões». Temos então um presidente já reformado. Ninguém duvida da sua dedicação à causa pública e da sua grande obra. Agora isso tudo é pago e bem por todos nós. Ou não será assim?

Também entre os senhores presidentes com rendimentos declarados entre os 100 mil e os 200 mil euros encontra-se o Presidente da Câmara de Idanha-a-Nova. Quem diria esta centralidade que só ajuda a divulgar o nome da terra e a afirmar a pujança económica de dois autarcas que tiveram como berço a mui nobre e sofrida terra das Idanhas. Parabéns.

Entretanto, e também para a História Contemporânea, em 2006 registaram-se10.561 habitantes no concelho de Idanha-a-Nova.

A estrutura etária do concelho confirma a elevada taxa de população idosa. Apenas 9% da população residente tem menos de 15 anos. A população sem qualquer grau de escolaridade atinge a taxa de 33,34%;A população que não possui a escolaridade básica (9º ano) atinge a taxa de 80,97%.Pois é.

E cá vamos… andando e não cantando e muito menos rindo. Mas assobiando a canção do Zeca Vampiros…

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Comments:
Oliv disse...


Só penso em roubar dinheiro
Quando ele me chegue bem
Para provar ao mundo inteiro
Que o não roubei a ninguém

Rouba muito que,de resto,
Terás um bom advogado
Que prova que és mais honesto
Que propriamente o roubado.

Quem tem "massa" é cavalheiro,
Por isso a vida anda torta.
O que importa é ter dinheiro,
Donde ele vem não importa

Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que burrice é uma ciência!



Saudações

António Aleixo
 
isto é de gritos!!!! uns com tanto, outros com tão pouco ou até mesmo nada. inclusivé à fome ou quase, como é o caso de um grande amigo meu, que está à meses à espera de formalizar o vinculo com um destes municipios. ainda por cima com a mãe doente de alzheimer!!!!
 
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