10 de outubro de 2007

 

A POUCO SEGURA PONTE de SEGURA


Já foi encontrado o responsável pelo dito atentado patrimonial de que foi recentemente alvo a milenar ponte de Segura. Trata-se da empresa «H-Tecnic». Mas a tão danosa intervenção foi o resultado do concurso público nº 641/2005/EMP/DECTB EN 355-1 - Ponte internacional de Segura sobre o rio Erges - reabilitação e reforço estrutural. ».

Trataram-se de obras perfeitamente legais. Contudo algumas interrogações nos surgem:

1º Quem é que encomendou as obras da ponte? A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova? As Estradas de Portugal?

2º A ponte que é internacional está sujeita a algum regime de classificação patrimonial?

3º A Câmara Municipal de Idanha-a-Nova não sabia da empreitada? Ou nem sabe de que se trata de uma VERDADEIRA ponte de origem romana?

Isto é grave tendo em consideração que a CMIN tem ao seu dispor pelo menos dois arqueólogos que pelo resultado ignoram o que sucede ao património do nosso concelho.

Temos mais algumas questões. Por agora chega. Mas que isto é muito mau para uma imagem positiva e responsável da Cultura e para o Turismo do nosso querido concelho de Idanha-a-Nova é. A não ser que seja tudo a brincar…

Entretanto, transcrevemos um comentário publicado pelo Carlos Boavida no Archport : « Há poucos dias visitei a ponte de Segura, como é conhecida na região da Raia Beirã, recentemente "restaurada", como constatei. A estrutura foi integralmente limpa e encontra-se tão imaculada como nos tempos em que foi construída.
No entanto, houve um facto que chamou a minha atenção, as sapatas dos pilares foram acimentadas de forma irreversível, muito acima da superfície das águas do Erges. Desconheço os tramites do processo, mas acho que talvez fosse possível fazer a manutenção desta estrutura de uma forma menos atentatória.
Por outro lado, lamento que esta ponte, parte integrante da antiga estrada romana Mérida-Braga, com passagem por Alcántara (a poucos quilómetros do local), raramente seja mencionada como ponte romana nos roteiros turísticos da região e que inclusivamente não exista nenhuma informação sobre a mesma no local.».

Que o pessoal (são tantos e tantas) do turismo da autarquia idanhense responda. Quanto à desgraçada ponte, solidariedade entre nós, técnicos e investigadores descomprometidos com a “cloaca”. Segura é das raras pontes romanas de PORTUGAL. Metade, ainda é, acho, NOSSA.

PS-O nosso amigo Sr. arquitecto José da Conceição Afonso, ex-director do IPPAR , agora ‘grande chefe ‘ do IGESPAR sabia ou não de mais este notável melhoramento do património raiano. E já agora porque não outra rota? A rota das pontes restauradas.

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Comments:
Esta obra foi lançada a concurso público em 2005. (Diário da República, III Série, n.º 157, de 17-08-2005, pp. 17999 a 17801 disponível em http://dre.pt/pdfgratis3s/2005/08/2005D157S000.pdf)
No anúncio do Concurso, lançado pelas Estradas de Portugal é referido que da equipa de obra tem que constar um responsável pelo acompanhamento arqueológico.
Numa breve pesquisa na base de dados Endovélico, área de projectos, pela palavras "segura", "erges", "351-1" nada encontrei. Na ficha correspondente ao sítio da Ponte de Segura (CNS 28443) também não encontrei referência a qualquer projecto.
 
Jornal do Fundão, Reconquista, Gazeta do Interior, Povo da Beira... ainda não vi o Diário XXI nem o Notícias da Covilhã, não sei se terá saído alguma coisa.
NADA sobre o assunto. Um misto de servilismo, jornalismo de secretária e desinteresse pelo tema... em nome da PUBLICIDADE, da sobrevivência dos jornais! O património que se lixe.
Quando há comes e bebes não faltam! Certas barriguinhas não enganam.

Solidariamente,
Luís Norberto Lourenço

P.S.
Não filtres os comentários... deixa a "malta" espalhar-se! Nem o anonimato os salva.
 
Quanto ao acompanhamento arqueologico da dita obra, sugiro confirmação no Caderno de Encargos.
Relativamente ao atentado à mesma: meus senhores muitas mais andam por ai, e o que deveria preocupar-vos são os casos que facilmente poderão derivar numa nova "Entre-os-Rios"
 
O que aconteceu em Entre-os-Rios não pode servir de desculpa para se mascarar e desvirtuar as pontes deste país. Pelo menos as históricas. Se houvesse mais fiscalização e manutenção nunca seria preciso chegar a estes extremos. Mas neste País primeiro gasta-se dinheiro em projectos faraónicos e a manutenção dos equipamentos existentes é sempre feita em último recurso.
 
HOUVE OU NÃO HOUVE ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO?
 
Um pouco a reboque dos "blogs", ja esta noticia figura em jornais diarios!

Um abraco amigo d'Algodres.
 
Ainda a mais!!! ponte de remondes ja feita e está a ser feita neste monmento as obras da ponte do sabor tambem com CIMENTO.

Alguem tem que por fim a isto.
Gastar dinheiro do comtribuinte é muito facil.
Destruir património é ainda pior
 
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