22 de dezembro de 2006

 

Viriato





Acaba de aparecer nos escaparates das livrarias das grandes cidades, infelizmente o concelho onde resido e trabalho não oferece qualquer coisa digna desse nome, a obra
Viriato, o herói que lutou pela liberdade do seu povo do Prof. Maurício Pastor Munõz Conhecíamos o título Viriato, A luta pela liberdade da editora Ésquilo de 2003 que lemos com atenção. No número de dezembro da revista História publicou-se uma pertinente entrevista-recensão ao emérito autor realizada por Cristina Portela com o título “Um mito (sempre) renovado”. Encontramo-nos com efeito diante de um mito. Um mito antigo é certo mas um mito. Daí todos os avisos e todas as cautelas, reveladores da sua honestidade intelectual, expressados pelo autor: «Hoje em dia não poderíamos fazer uma história de Viriato sem ter em conta esta personagem mitológica. Porque Viriato converteu-se numa lenda, para os portugueses e para os espanhóis. (...) Temos de mesclar lenda e realidade, afirma o historiador. «Uma lenda aproveitada politicamente em toda a Península Ibérica, tanto por Salazar quanto por Franco, para incentivar um certo nacionalismo.» Nacionalismo de tão má memória acrescentamos nós. Por cá, continua a haver alguns doutos pesquisadores e reprodutores da ‘pátria’ lusitana cuja capital, claro, foi Idanha-a-Velha e cujos horizontes eram os da campina raiana. Depois do bucolismo turístico faltava o histórico para a imagem da nossa identidade local ficar completa. Olhem o caso de Monsanto onde “
O original povoado fortificado pré-histórico foi cercado e reforçado pelo Pretor Romano Emílio Paulo no século II a.C.”., como vem escrito em tantos e sábios guias de visita. E digam lá que não

PS - Para o STALKER e para a arqueóloga e respectivas ajudantes do município albicastrense : Sabiam que há uma referência na página 47 do livro “Viriato . A luta pela liberdade” ao meu monte de S. Martinho? Ei-la: “ No distrito de Castelo branco, destaca-se o castro de São Martinho que acabou por ser completamente romanizado, situado numa excelente posição estratégica, onde se encontraram restos cerâmicos e estelas decoradas”. Se calhar na próxima edição e tendo em consideração o total abandono deste arqueossítio o texto será o seguinte: onde se lê que acabou por ser completamente romanizado” leia-se “que acabou por ser completamente urbanizado e betonado”. A este assunto voltaremos.


Comments:
Sabia, Joaquim, sabia. Então não te disse que estava a ler o livro? Até coloquei uma marca nessa página...
Quanto à leitura, fiquei muito bem impressionado. Talvez compre esse que referes. Tem uma bela capa e o conteúdo promete.

Boas Festas!
 
VIRIATO
O Colar dos Deuses
Fernando Berrejón

Formato: 16,2X23 Cm | Nº de Páginas: 184 | Preço:14,70
1ª Edição: Novembro de 2004 | 3ª Edição: Março de 2005
ISBN: 972-8605-45-5



Viriato – O Colar dos Deuses é um romance histórico onde as guerras lusitanas e o assédio e destruição da cidade celtibera Numância constituem o pano de fundo da viagem que Marco Lúcio Numa, historiador romano, empreende, a mando de Cipião, o Africano, pela antiga Ibéria até às terras da Lusitânia com o objectivo de recolher informação sobre um personagem admirado, inclusive pelos seus inimigos: Viriato.

O autor baseia-se nos testemunhos dos historiadores clássicos, tais como Políbio, Estrabão e Diodoro, para divulgar com rigor e verosimilhança uma série de acontecimentos históricos da época, nomeadamente os relacionados com a liderança extraordinária de Viriato na resistência à invasão romana.
Por outro lado, Fernando Barrejón, romancista e poeta espanhol, impregna o romance com uma grande profundidade psicológica e beleza literária ao fazer ressaltar o grande conflito interior do romano Lúcio Numa, narrador, que se apaixona pelos costumes e sabedoria dos «bárbaros» lusitanos.

«A sabedoria dos povos célticos representou uma grande descoberta para mim, porque, embora não esgrimam a lógica nem cultivem a retórica, experimentam, isso sim, as ideias puras que transcendem a linguagem. Com Icorbeles aprendi que existe uma vida inexprimível no outro lado dos conceitos.»
 
Mauricio Pastor Muñoz

É licenciado em Filologia Clássica, doutorado em História Antiga pela Universidade de Salamanca, onde foi Professor. Actualmente é Professor Titular de História Antiga na Universidade de Granada.
É autor de mais de uma centena de publicações científicas sobre diversas matérias da História Antiga da Península Ibérica, das quais se destacam as seguintes:

Los Astures durante el Imperio romano (1977); La religión de los Astures (1981); Manual de Historia Universal: Roma (1983); Historia de España, II, Colonizaciones y formación de los pueblos prerromanos (1200-218 a.C.) (1989); Historia de Granada, Miguel Lafuente Alcántara (1992) (Estudo Preliminar); Mirobriga. Excavaciones arqueológicas en el “Cerro del Cabezo”, Capilla (Badajoz) (1992); Los Bronces de Osuna, M. Rodríguez de Berlanga (1995) (Estudo Preliminar); Las ciudades perdidas de Mauritania. Expedición a la cuna de los Almorávides (1996); Corpus Inscriptionum Latinarum II, 5: Conventus Astigitanus (1998) e Una Fortaleza Ibérica en Osuna, A. Engel e P. Paris (1999) (Tradução e estudo preliminar).
 
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