25 de maio de 2006

 

Portados quinhentistas albicastrenses




Foi em 1979 que o Cónego Anacleto Pires Martins, um modelo de bondade e amor ao próximo, publicou um breve inventário dos portados quinhentistas da cidade de Castelo Branco. Foi uma pedrada no charco esse manifesto, simples, mas até hoje a ferramenta mais elucidativa da riqueza arquitectónica da nossa cidade no século XVI. Contou o Cónego Anacleto cerca de 324 portados com características quinhentistas, número esse depois aumentado posteriormente em artigo publicado no Jornal do Fundão no ano seguinte. Verificou haver portas de vários tipos, algumas com lintéis bastante eleborados como a foto documenta. A título de curiosidade a Rua mais densamente povoada deste tipo de portas era a Rua de Santa Maria com 31 exemplares. Não só os havia dentro do recinto amuralhado, mas também já eram presentes em ruas exteriores: Bartolomeu da Costa, Largo de S. João, Arrabaldes dos Oleiros e dos Açougues, Ruas das Olarias, Ruivo Godinho, S. Sebastião, João Carlos Abrunhosa, Ferradura, Mouzinho Magro, Tenente Valadim, Saco e Largo do Espírito Santo, mostrando que a vila, à altura, já tinha saído definitivamente do esparto das suas muralhas.
Hoje, passados que são 27 anos quantos portados resistiram a tantos anos de esquecimento e incúria? Ficaria muito admirado se ainda existissem 300. A zona histórica albicastrense tem sido muito maltratada por todos os poderes, acima de tudo esquecida. Penso que o Cónego Anacleto Martins na sua última morada não estará muito contente com o panorama. E já agora para quando uma homenagem póstuma da cidade a este que foi um exemplo de bondade e bom senso?

Comments:
Também por estas bandas existem algumas e janleas. Um dia, também me darei à tarefa de fazer um invebtário.
 
E o IPPAR de Castelo Branco que diz a isso?
 
E a Divisão de Património da Câmara de Castelo Branco?
 
E os historiadores, arqueólogos que labutam nessa região?
 
E os blogs?
 
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