19 de abril de 2006

 

Ranger, o cão guarda do Museu


Fotos de António José Veríssimo Teixeira Bispo a quem agradeço a sua cedência

O Ranger foi o guarda do Museu Francisco Tavares Proença Júnior com maior tempo de serviço. Basta dizer que possuia horário continuo, 24 por 24 horas. Era um cachorro inteligente, mas que impunha cá um respeitinho. Não gostava de um funcionário porque quando era pequeno fora por ele sovado. Gostava das crianças, mas nem todos os visitantes eram do seu agrado. Era vê-lo ladrar ao pé das grades quando no exterior passavam ciganos. Hoje diriam que o bicho era racista, mas ele lá teria as suas razões. Viveu muito tempo e morreu tranquilamente no local onde sempre viveu, no Museu. Eu vim morar e trabalhar para Idanha-a-Velha e o Ranger ainda durou mais algum tempo. Contaram-me que nos últimos dias de vida, o cão já mostrava que o irremediavel iria acontecer, então o Director mandou abrir uma cova no logradouro do Museu para lá ser enterrado o Ranger. Diligentes os funcionários aprontaram a cova dias antes do desfecho final, mas inteligente como era, o Ranger foi morrer dentro dela, foi só enterrá-lo.
Esta é a minha homenagem e a minha memória do Ranger.

Comments:
Batista um abraço pelo ranger que bem merece esta pequena homenagem.
 
Gosto de cães. São animais a que, como dizem, só lhes falta falar. Vivem a lealdade, a amizade, a vida e a morte com muito 'conhecimento'.

Talvez seja por tudo isto que esta é uma das postas que mais me sensibilizou.

Um abraço,
Francisco Nunes

P.S. Vem ao caso uma história que vivenciei e que, a passos muito largos, resumo:
Um familiar meu viu-se obrigado a mandar abater um seu cão -o Piloto-. O facto de o bicho se encontrar muito doente e de ter em casa um filho ainda bebé foi determinante nesta sua atitude. O bichito foi levado ao veterinário ao seu colo mas foi pelo seu próprio pé para junto da marquesa (será assim que se diz?)do seu algoz.
Junto da marquesa (será assim que se escreve?) lançou um último olhar ao seu dono. O animal sabia ao que ia...
Este último olhar custou ao meu familiar três noites de insónia e uma má-consciência que dura até hoje.
 
Amigo Francisco, acredito piamente que o seu familiar tenha perdido o sono. Por vezes os animais dão aos humanos cada lição que nos deixam profundamente envergonhados. Com o rabo entre as pernas.
Um Abraço do Joaquim Baptista
 
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