6 de abril de 2006

 

Museu de Castelo Branco. O catálogo de 1980


Já lá vão 26 anos sobre a publicação do catálogo do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, da autoria do Director na altura, Dr. António Forte Salvado, com quem tive a felicidade de trabalhar por algum tempo. Ficamos a saber que na altura o Museu possuia no rés do chão 10 salas de exposição (2 de arqueologia, 1 sobre a arte rupestre do Vale do Tejo, 1 sobre armaria, 1 sobre cerâmica artística e as restantes contendo epigrafia romana, portuguesa e elementos arquitectónicos de épocas diversas. No 1º andar possuia objectos em exposição na galeria, na capela e respectiva sacristia, sala de etnografia, duas salas de exposição permanentes de colchas de Castelo Branco, sendo as restantes 9 salas recheadas de pintura, panos de arrás, mobiliário, e outra arte decorativa que abarcava desde o século XVI ao XIX. Por fim existia o Salão nobre onde sempre havia exposições temporárias e uma pequena sala de arte moderna.
Para além das salas de exposições o Museu ainda era composta por uma sala para recepção de visitantes e onde era possível se adquirir publicações e algum artesanato, gainetes vários (direcção, secretaria, biblioteca, arqueologia, marcenaria, salas para confecção de colchas, reservas várias).
Hoje o Museu está diferente, mas não para melhor. As obras a que foi sujeito, para além de descaracterizarem o interior do edifício, desfizeram o percurso que muito naturalmente era efectuado. A maior parte das colecções estão em reserva. A arqueologia está pouco representada com uma infima parte da colecção do fundador. A etnografia foi banida assim como a epigrafia portuguesa. Ganhou nalguns aspectos, caso das instalações para a biblioteca, para a recepção, arrumos e gabinetes. O que verdadeiramente se perdeu foram os espaços expositivos mais ligados à população em geral. Em suma devo dizer que este não é já o meu Museu, aquele que eu tanto amei e que no fim tão mal me tratou. Mas não fêz mal, porque eu gostava dele na mesma, com a mesma paixão. Tantas saudades.....

Comments:
Amigo Batista antes de mais um grande abraço deste teu amigo, e não digo um bom regresso porque tu nunca partiste. Pois é 26 anos depois e que vemos nós? Faço minhas as tuas palavras e até, acrescento algo mais aquilo que já aqui disse em muitas das minhas crónicas sobre os cerca de 30 anos que ali trabalhei.
Está diferente mas não para melhor dizes tu! Eu pergunto: como avaliar essa qualidade?
Pelo número de visitantes? Pela qualidade dos serviços prestados? Pelas exposições feitas ao longo do ano? Pelas colecções permanente expostas no Museu? Ou ainda pela proximidade das colecções expostas para com os visitantes?
Se for esse o critério então posso afirmar sem qualquer dúvida, independentemente do tempo passado, (17 anos desde a saída do Dr. Salvado), na minha modesta opinião o trabalho cultural desenvolvido pelo Museu é hoje inferior ao desenvolvido naquele tempo.
Para terminar e de uma forma clara eu diria que está pior.
O Albicastrense
 
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