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8 de janeiro de 2007

A arte dos trapinhos

Em saliente esforço por parte do senhor Presidente da respectiva Delegação Regional Arquitecto José Afonso ao conseguir juntar todas as entidades técnicas (IPA, IPPAR e CNART ) e administrativo-políticas (Governos Civis da Castelo Branco e da Guarda com algumas Câmaras) teve lugar na última sexta-feira uma reunião determinante para o futuro da arte rupestre existente na Beira Interior.

Trata-se de mais um projecto que “ vai passar pela impressão de um guia turístico em português, inglês e castelhano, dois DVD sobre o património existente, um de nível turístico e outro de maior pendor cultural, a colocação de sinalética e a criação de um portal na Internet” segundo do Diário XXI de hoje.

Muito bem. Venham de lá estes produtos. Não percebemos bem é do porquê de uma estrada de alcatrão unificar o projecto de divulgação da arte rupestre deste lado da Europa . A infra-estrutura é mesmo apresentada como a «espinha dorsal” do projecto. A23! Vai significar A (rte) para o século 23? Gostos admitimos. Reconheceu, entretanto o senhor arquitecto José Afonso, líder e mentor do projecto que “já há muita coisa feita, agora é preciso juntar os trapinhos, ou seja, juntar tudo o que já existe, que é muito, dentro de um projecto com sentido”. E, sabiamente, com conhecimento de causa pelo cargo público que ocupa, aponta: “Sabemos para onde queremos ir, sabemos os meios para levar a efeito este projecto e temos matéria-prima excepcional que é a arte rupestre, que é do melhor que há no mundo”. Estranhamos este etnocentrismo nacionalista aplicado a um fenómeno cultural mundial. Assim como essa da junção dos “trapinhos” na gestão desta tipologia patrimonial. Será uma inovação a entrar rapidamente no léxico dos estudos da matéria?. Atenção Martinho Batista e Varela Gomes com a trapologia aplicada à gestão da arte rupestre! A não ser que seja o ressurgir da metáfora de boda intermunicipal e peninsular. Como se anuncia na notícia, as reuniões vão contar com a presença de técnicos, nomeadamente de Castela e Leão e da Estremadura, “porque têm um património que se articula com o nosso” E para o senhor Director do IPPAR: ” A experiência tem-nos dito que os dois lados estão muito interligados”. Estiveram, estiveram. Na Pré-História, por exemplo. Hoje o afastamento é, infelizmente para nós, real. Mas lá que é bonito imaginar uma junção dos trapinhos das éguas do Vale do Côa com os cavalos de Siega Verde lá isso é.

3 comentários:

  1. Ora aqui está a Beira Interior no seu melhor e no seu pior!...
    Parece-me que vou poisar por aqui nos momentos de paragem nas minhas dispersões/divagações blogosféricas.
    Bom 2007
    António

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  2. É certo e sabido que existe muito trabalhinho feito pelos "nuestros hermanos" no que diz respeito à arte rupestre, o que nos coloca muito no berço desta tão afamada patrimonialização. Por que será??

    um abraço

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  3. Com os trapinhos do Ippar não vão lá.

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Aviso que não publicarei qualquer comentário de remetente Anónimo, seja qual for o teor do mesmo. Obrigado.