
Acaba de aparecer nos escaparates das livrarias das grandes cidades, infelizmente o concelho onde resido e trabalho não oferece qualquer coisa digna desse nome, a obra Viriato, o herói que lutou pela liberdade do seu povo do Prof. Maurício Pastor Munõz Conhecíamos o título Viriato, A luta pela liberdade da editora Ésquilo de 2003 que lemos com atenção. No número de dezembro da revista História publicou-se uma pertinente entrevista-recensão ao emérito autor realizada por Cristina Portela com o título “Um mito (sempre) renovado”. Encontramo-nos com efeito diante de um mito. Um mito antigo é certo mas um mito. Daí todos os avisos e todas as cautelas, reveladores da sua honestidade intelectual, expressados pelo autor: «Hoje em dia não poderíamos fazer uma história de Viriato sem ter em conta esta personagem mitológica. Porque Viriato converteu-se numa lenda, para os portugueses e para os espanhóis. (...) Temos de mesclar lenda e realidade, afirma o historiador. «Uma lenda aproveitada politicamente em toda a Península Ibérica, tanto por Salazar quanto por Franco, para incentivar um certo nacionalismo.» Nacionalismo de tão má memória acrescentamos nós. Por cá, continua a haver alguns doutos pesquisadores e reprodutores da ‘pátria’ lusitana cuja capital, claro, foi Idanha-a-Velha e cujos horizontes eram os da campina raiana. Depois do bucolismo turístico faltava o histórico para a imagem da nossa identidade local ficar completa. Olhem o caso de Monsanto onde “O original povoado fortificado pré-histórico foi cercado e reforçado pelo Pretor Romano Emílio Paulo no século II a.C.”., como vem escrito em tantos e sábios guias de visita. E digam lá que não
PS - Para o STALKER e para a arqueóloga e respectivas ajudantes do município albicastrense : Sabiam que há uma referência na página 47 do livro “Viriato . A luta pela liberdade” ao meu monte de S. Martinho? Ei-la: “ No distrito de Castelo branco, destaca-se o castro de São Martinho que acabou por ser completamente romanizado, situado numa excelente posição estratégica, onde se encontraram restos cerâmicos e estelas decoradas”. Se calhar na próxima edição e tendo em consideração o total abandono deste arqueossítio o texto será o seguinte: onde se lê que acabou por ser completamente romanizado” leia-se “que acabou por ser completamente urbanizado e betonado”. A este assunto voltaremos.
Sabia, Joaquim, sabia. Então não te disse que estava a ler o livro? Até coloquei uma marca nessa página...
ResponderEliminarQuanto à leitura, fiquei muito bem impressionado. Talvez compre esse que referes. Tem uma bela capa e o conteúdo promete.
Boas Festas!
VIRIATO
ResponderEliminarO Colar dos Deuses
Fernando Berrejón
Formato: 16,2X23 Cm | Nº de Páginas: 184 | Preço:14,70
1ª Edição: Novembro de 2004 | 3ª Edição: Março de 2005
ISBN: 972-8605-45-5
Viriato – O Colar dos Deuses é um romance histórico onde as guerras lusitanas e o assédio e destruição da cidade celtibera Numância constituem o pano de fundo da viagem que Marco Lúcio Numa, historiador romano, empreende, a mando de Cipião, o Africano, pela antiga Ibéria até às terras da Lusitânia com o objectivo de recolher informação sobre um personagem admirado, inclusive pelos seus inimigos: Viriato.
O autor baseia-se nos testemunhos dos historiadores clássicos, tais como Políbio, Estrabão e Diodoro, para divulgar com rigor e verosimilhança uma série de acontecimentos históricos da época, nomeadamente os relacionados com a liderança extraordinária de Viriato na resistência à invasão romana.
Por outro lado, Fernando Barrejón, romancista e poeta espanhol, impregna o romance com uma grande profundidade psicológica e beleza literária ao fazer ressaltar o grande conflito interior do romano Lúcio Numa, narrador, que se apaixona pelos costumes e sabedoria dos «bárbaros» lusitanos.
«A sabedoria dos povos célticos representou uma grande descoberta para mim, porque, embora não esgrimam a lógica nem cultivem a retórica, experimentam, isso sim, as ideias puras que transcendem a linguagem. Com Icorbeles aprendi que existe uma vida inexprimível no outro lado dos conceitos.»
Mauricio Pastor Muñoz
ResponderEliminarÉ licenciado em Filologia Clássica, doutorado em História Antiga pela Universidade de Salamanca, onde foi Professor. Actualmente é Professor Titular de História Antiga na Universidade de Granada.
É autor de mais de uma centena de publicações científicas sobre diversas matérias da História Antiga da Península Ibérica, das quais se destacam as seguintes:
Los Astures durante el Imperio romano (1977); La religión de los Astures (1981); Manual de Historia Universal: Roma (1983); Historia de España, II, Colonizaciones y formación de los pueblos prerromanos (1200-218 a.C.) (1989); Historia de Granada, Miguel Lafuente Alcántara (1992) (Estudo Preliminar); Mirobriga. Excavaciones arqueológicas en el “Cerro del Cabezo”, Capilla (Badajoz) (1992); Los Bronces de Osuna, M. Rodríguez de Berlanga (1995) (Estudo Preliminar); Las ciudades perdidas de Mauritania. Expedición a la cuna de los Almorávides (1996); Corpus Inscriptionum Latinarum II, 5: Conventus Astigitanus (1998) e Una Fortaleza Ibérica en Osuna, A. Engel e P. Paris (1999) (Tradução e estudo preliminar).